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26 | I Série - Número: 088 | 29 de Maio de 2008

Em todas as intervenções excede sempre o tempo. É uma doutrina? É um princípio…?!

O Sr. Afonso Candal (PS): — Não é, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: — Agradeço-lhe que conclua.

O Sr. Afonso Candal (PS): — É a benevolência de V. Ex.ª, que agradeço.
Quanto ao estímulo às exportações, ele tem sido dado. Nunca as exportações cresceram tanto em Portugal como neste período. Tem havido estímulo ao investimento estrangeiro e ao investimento nacional.
Mas, os riscos são grandes, Sr. Deputado, porque uma realidade que pode influenciar positivamente as nossa exportações é a valorização do dólar face ao euro, mas isso tem também efeitos perversos nos fundos.
E, portanto, o quadro de indefinição ainda existe e é muito complexo. Por isso, tudo tem de ser encarado com grande sentido de responsabilidade.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, se todos os seus colegas dobrassem sempre os tempos de intervenção, teríamos ordens do dia muito completas…

Risos.

Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Mota Soares.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Afonso Candal, agradeço as suas questões, mas confesso que fiquei um pouco surpreendido. Eu, sinceramente, achava que o Sr. Deputado ia começar por pedir desculpa, por assumir que falhou.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Os dados que a sua bancada e o Partido Socialista tinham no Orçamento do Estado falharam todos: falhou no crescimento, falhou na inflação, falhou no poder de compra, falhou nas exportações, falhou no petróleo, falhou no endividamento das famílias, falhou no crédito mal parado e falhou na Euribor a três meses!... Falharam em todas as previsões e ainda só vamos a meio do ano, Sr. Deputado!

Aplausos do CDS-PP.

Portanto, ficava-lhe bem, pelo menos, pedir desculpa, dizer que não voltava a fazer!

Risos do CDS-PP.

Pelo menos isso.
Mas vamos a uma outra parte do seu pedido de esclarecimento, que é uma parte absolutamente essencial, que é não só o crescimento económico, que não existe, mas também o défice social e a crise social que se está a agravar. Eu percebo muito bem qual é a opção do Partido Socialista: perante a crise social, o Partido Socialista acha que o que é mais importante é dar rendimento social de inserção ou rendimento mínimo garantido a um jovem entre os 18 e os 30 anos, que o que devia ter era um posto de trabalho. Nós achamos que o que é realmente importante é aumentar a pensão de reforma de alguém que tem 236 euros.

Aplausos do CDS-PP.