27 | I Série - Número: 088 | 29 de Maio de 2008
A isso chama-se consciência social.
E admito que a sua, Sr. Deputado, se calhar, possa, de vez em quando, causar-lhe alguns calafrios.
Aplausos do CDS-PP.
Sabe qual é a diferença, Sr. Deputado? Quando o CDS teve responsabilidades nessa área, em três anos, a pensão mínima subiu 34 euros. Nos mesmos três anos o PS fez aumentar a pensão mínima em 13 euros. Isto é que é responsabilidade social? Isto é que é consciência social? E aqui se vê a diferença de quem, perante um cenário de crise económica, verdadeiramente se preocupa com os mais desfavorecidos, com os mais carenciados e com os mais pobres.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — E não venha, Sr. Deputado, com o exemplo do complemento solidário para idosos (CSI). Ainda me lembro da publicidade enganosa da campanha em que se dizia: «complemento solidário para idosos para 300 000 portugueses». Neste momento, não recebem esse complemento mais de 60 000 portugueses!!...
O Sr. Jorge Strecht (PS): — É bom sinal!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Isto é que o Sr. Deputado acha importante? Eu, sinceramente, não acho. Acho que era preferível dar um verdadeiro aumento das pensões de reforma, não pôr os pensionistas a correr atrás da inflação mas, sim, verdadeiramente dar-lhes um aumento de poder de compra, como aconteceu nos três anos anteriores à vossa governação.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Adão Silva.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Mota Soares, elogio a pertinência da sua intervenção, antes de mais, a qual faz apelo e, sobretudo, enumera um conjunto de aspectos ligados aos pedidos que o Governo faz ao povo para que haja compreensão. Verdadeiramente o que o povo quer é soluções. E nem sequer a intervenção do Sr. Deputado Afonso Candal, muito para lá do tempo, com soluções estafadas, tem uma solução certa para aquilo que o povo e os mais necessitados deste País precisam.
V. Ex.ª apela às soluções e não apenas às compreensões. Mas como é que há-de haver soluções da parte deste Governo para esta situação de crise social se vira as costas de uma forma arrogante a esta rede fantástica de instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e de misericórdias que o País soube construir ao longo de séculos? Sim, vira-lhes as costas e persegue-as quando as persegue no campo dos centros de actividades de tempos livres (ATL), quando não lhes aumenta os acordos de cooperação, quando não estende a possibilidade de novos acordos para acorrer a situações de grande precariedade social…! E, já agora, Sr. Deputado, como comenta a notícia recente de que o Ministério das Finanças e da Administração Pública se prepara para cobrir o défice orçamental a partir do saldo da segurança social, de cerca de 1300 milhões de euros? Isto é, o Governo, em vez de utilizar o saldo da segurança social para acorrer ao défice social e às situações de desigualdade e de precariedade social, prepara-se para cobrir o défice orçamental através destas verbas, que deviam ser resguardadas e encaminhadas para combater a desigualdade e a pobreza.
Verdadeiramente, este Governo já não tem soluções, e acho que também já não tem compreensões em relação às carências das pessoas.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Mota Soares.