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48 | I Série - Número: 088 | 29 de Maio de 2008

Aplausos do PS.

O Sr. Deputado parece considerar que o prolongamento dos processos burocráticos no seio da empresa, onde quem organiza os processos é quem decide, joga a favor do trabalhador.

Aplausos do PS.

O Sr. Francisco Lopes (PCP): — É o direito de defesa do trabalhador!

O Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social: — Estranha defesa dos trabalhadores, quando a proposta que o Governo faz é a de, em caso de despedimento que o trabalhador resolve contestar, bastar a declaração de que foi despedido por aquela entidade empresarial, e é essa entidade que tem de provar no tribunal a justa causa do despedimento. Se isto não é defender melhor o trabalhador, é o quê?

O Sr. Francisco Lopes (PCP): — Tome nota: direito de defesa do trabalhador!

O Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social: — O Sr. Deputado falta mais uma vez à verdade quando diz que a proposta do Governo introduz um aumento do tempo de trabalho. É falso!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Não é, não!

O Sr. Francisco Lopes (PCP): — Horas extraordinárias sem pagamento, não!

O Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social: — O que o Sr. Deputado tem dificuldade em explicar a esta Câmara ou a qualquer trabalhador é como é que, no vosso entendimento do Direito do Trabalho, a existência de horas extraordinárias decididas pelo empregador, pagas quando o empregador quer e às quais o trabalhador tem de se submeter, é um direito, é um avanço social. Não, não é esse o caminho!

O Sr. Francisco Lopes (PCP): — Sem pagamento é que não é!

O Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social: — Essa solução, que tem vindo a ser seguida no Direito do Trabalho, ou melhor, na prática das relações laborais, em Portugal, é uma das maiores responsáveis pelo escasso crescimento dos salários reais no nosso país.

O Sr. Jorge Strecht (PS): — Exactamente!

O Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social: — E, quanto à flexibilidade, quem desconfia de que a contratação colectiva tem condições para melhor negociar a organização do tempo de trabalho e a sua justa remuneração, é quem desconfia dos trabalhadores.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social: — O que, aliás, não é de estranhar vindo do Partido Comunista Português.

Aplausos do PS.

O Sr. Francisco Lopes (PCP): — Horas extraordinárias sem pagamento, não!