O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

54 | I Série - Número: 092 | 6 de Junho de 2008

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Não fomos nós que demos a conferência de imprensa, foi o Sr. PrimeiroMinistro, José Sócrates, e foi o Sr. Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos. Esta é que é a realidade! Sr. Primeiro-Ministro, diferenciou muito bem as nossas propostas das propostas da direita em relação à formação dos preços dos combustíveis. Nós não falamos do factor fiscal, mas sim dos lucros da Galp; falamos de combate internacional à especulação, mas falamos dos lucros da Galp. Todos descobrimos aqui que os lucros da Galp são sacrossantos e, portanto, «Amorins» e outros accionistas não têm de pagar qualquer custo desta crise!...

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Nada!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Só os consumidores vão suportar os custos desta crise!

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Exactamente!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — E, para além da informação ao mercado, o Governo não apresenta qualquer medida que obrigue as gasolineiras a pagarem a sua parte desta crise. Elas não só vão repercutir os custos da crise, como estão ainda a aumentar as suas margens de lucro na exploração. Isto é que é verdadeiramente inaceitável e que, do ponto de vista político, é uma escolha política que foi feita. Nós registamos essa escolha! Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Dizendo que temos razões de sobra para censurar este Governo, razões à esquerda, não acompanhamos algumas das razões do CDS-PP.

O Sr. Primeiro-Ministro: — «Algumas»!…

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Obviamente, temos de acompanhar todas aquelas que se referem ao agravamento da situação social, o que é absolutamente consensual na sociedade portuguesa, à excepção dos socialistas autistas, que se aplaudem, mas que negam as evidências.

Protestos do PS. Mas nós não podemos acompanhar nem reclamações nem propostas de natureza fiscal que têm a ver com apoios às grandes empresas, que, essas sim, agravariam ainda mais as políticas liberais das quais os portugueses têm vindo a ser vítimas.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Mais de 200 000 pessoas na rua, Sr. Primeiro-Ministro! Talvez fosse bom que, durante este debate, o Sr. Primeiro-Ministro reagisse a esta contestação e a esta censura que está a ser feita ao Governo.
Trata-se de números oficiais, Sr. Primeiro-Ministro, ninguém está a inventar nada. Talvez a informação ainda não lhe tenha chegado.
Para o Governo deve ser assustador.
E sabe por que é que tem lugar esta reacção em massa do povo português, Sr. Primeiro-Ministro? Porque as pessoas sentem que estão pior hoje do que estavam há três anos atrás.

Protestos do PS.

As pessoas sentem que a sua vida está a piorar dia-a-dia e têm grandes receios por aquilo que lhes possa vir a acontecer, designadamente no segundo semestre de 2008, porque não se perspectiva nada de bom.