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56 | I Série - Número: 092 | 6 de Junho de 2008

Em matéria de ambiente, podemos dar aqui todo um outro conjunto de exemplos, onde os negócios estão à frente de tudo: é o Programa Nacional de Barragens, são os PIN, é o TGV!

Protesto do Deputado do PS Jorge Strecht.

O Sr. Ministro do Ambiente teve a audácia de dizer que, em relação à alta velocidade, as questões ambientais são mais que desvalorizadas para o Governo, em função das necessidades do País. Como se ficássemos atrás dos outros países da União Europeia, onde, em 27, só 10 têm a alta velocidade! Parece que perderíamos uma grande coisa, que esta é a grande oportunidade do País! Estas são as opções de investimento do Governo, quando as pessoas precisam de outras que olhem pela sua vida, que melhorem as suas condições de vida.
Relativamente a esta moção de censura, talvez importe dizer apenas o seguinte: nós censuramos claramente o Governo — que isso fique claro —, mas também não nos queremos «atar» àqueles que prosseguem políticas idênticas às deste Governo. A direita já está muito misturada!

Aplausos de Os Verdes e do PCP.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Esta moção de censura do CDS já deu jeito ao Governo, já permitiu uma encenação de discurso de esquerda para justificar a continuação de uma política de direita.

Vozes do PCP: — Muito bem!

Protestos do PS.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ouvir o Primeiro-Ministro a acusar a direita de querer uma política de direita faz lembrar aquela expressão popular «Diz o roto ao nu: ‘que mal vestido andas tu’».
De facto, o CDS vem criticar as consequências de uma situação, estando de acordo com as suas causas.
Ou o CDS não defende despedimentos mais fáceis, maior precariedade, «contenção salarial», menor tributação dos lucros, privatização da saúde, da educação e do que mais houver?! Claro que sim, claro que defende! O CDS fundou também esta moção no ranking da produtividade parlamentar — o CDS gosta de rankings —, mas errou as contas. Não está no primeiro lugar dos projectos, a não ser que queira «apagar» o tempo do Dr. Ribeiro e Castro. E, nas perguntas e requerimentos, cerca de dois terços dos que apresentou não são dirigidos ao Governo, mas a autarquias locais, a quem o CDS dedica a maior parte da sua acção de fiscalização.
Mas, enfim, o CDS faz como o Governo: tortura a estatística para lhe ser favorável.

Protestos do CDS-PP.

Com a insistência — legítima! — para a marcação do debate neste dia, percebemos que se queria desviar as atenções da grande contestação ao Governo, que é a manifestação da CGTP que está na rua.
Mas não há dúvida alguma de que o que marca a censura política desta semana, o que é uma inequívoca resposta à política do Governo, o que conta no momento político actual para travar essa política é esta manifestação de muito mais de 200 000 pessoas e não qualquer outra iniciativa.

Aplausos do PCP.