25 | I Série - Número: 094 | 12 de Junho de 2008
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Se não fosse o CDS-PP... O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Mas, Sr.ª Deputada, o que queria saber é, relativamente à relevância dos debates, se considera ou não que, neste momento, o tema principal que exige debate nesta Assembleia da República é o dos combustíveis e da crise social e política que se está a viver em Portugal.
Aplausos do CSD-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Teresa Portugal.
A Sr.ª Teresa Portugal (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Diogo Feio, não acredito que queira desmerecer a importância deste acontecimento.
Aplausos do PS.
A Universidade de Coimbra não é a universidade dos Deputados do círculo de Coimbra, é a universidade de muitos portugueses, e a sua candidatura, em tempo de profundas transformações na governação das universidades, tem um duplo interesse.
Portanto, Sr. Deputado, digo-lhe apenas que não sou mulher de fugir aos problemas e, naturalmente, a agenda da Assembleia da República é aquilo que é.
Além disso, não poderia de maneira nenhuma ficar indiferente a uma questão tão relevante para o País, não apenas para Coimbra, e a Universidade de Coimbra não mereceria, com certeza, que deixasse de haver uma palavra na Assembleia da República para este esforço considerável.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Srs. Deputados, vamos passar a um novo ponto da nossa ordem de trabalhos, que é o debate de urgência, requerido pelo Grupo Parlamentar do PCP, sobre o financiamento do ensino superior.
O Sr. Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior já está na bancada do Governo.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O ensino superior público tem sido o alvo preferencial dos últimos governos.
Ao subfinanciamento, que se agrava a cada ano, o governo do PSD e do CDS acrescentou o aumento das propinas para mais de duas vezes o salário mínimo nacional e desresponsabilizou, assim, o Estado perante a gratuitidade estabelecida na Constituição da República como garante da democraticidade do acesso e da frequência do ensino.
O actual Governo não só manteve essa política como agravou o subfinanciamento e aplicou o chamado Processo de Bolonha, que diminui a duração e a qualidade da formação superior e encarece brutalmente os seus custos. Simultaneamente, promove uma política de asfixia financeira das instituições de ensino e decreta fortes limitações à sua gestão democrática.
A estratégia de colocar o ensino superior e todo o potencial científico e tecnológico do País ao serviço de interesses meramente conjunturais, mas sempre privados, é cada vez mais flagrante.
A acção social escolar, ao contrário do que o Governo vai anunciando, sofre de carências estruturais. São muitos os que abandonam o ensino superior público por falta de capacidade económica para suportar os gastos com a frequência desse grau de ensino.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!