29 | I Série - Número: 094 | 12 de Junho de 2008
prioritárias. Trata-se de investimentos de grande importância para o desenvolvimento do ensino superior a realizar em várias regiões do País.
Importa, por último, Sr. Presidente e Sr.as e Srs. Deputados, realçar a capacidade do nosso sistema de ensino superior, que soube, num período de exigente consolidação orçamental, para o qual contribuiu de modo efectivo, acolher novos alunos e crescer, gerar mais e melhor resultados de investigação, diversificar-se e internacionalizar-se, especializar muitas das suas instituições e programas e associar-se muito mais estreitamente aos processos de inovação empresarial e organizacional, gerando, assim, novos financiamentos, reformando a sua estrutura de despesas, arrecadando maior receitas e conseguindo manter o seu peso global no produto. Para tanto, contribuiu significativamente, como sabemos, a prioridade do Governo à ciência, cujos resultados são hoje já visíveis em tantos domínios.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Mota.
O Sr. Manuel Mota (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: O debate de urgência marcado pelo PCP é sistemático nesta Assembleia da República.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Um por sessão!
O Sr. Manuel Mota (PS): — Quer em comissão, quer em Plenário, o PCP sustenta-se na teoria do caos, na teoria de que nesta matéria, como noutras, os sectores estão em degradação, que não respondem às necessidades do País, e apresentam como solução para todos eles o aumento da despesa, sempre o aumento da despesa, não apresentando qualquer alternativa do ponto de vista daquilo que é o importante investimento estratégico em sectores fundamentais para o desenvolvimento do País.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Vocês também apresentam sempre a mesma solução: aumento das propinas, aumento das propinas!
O Sr. Manuel Mota (PS): — Agora, sejamos capazes de reflectir e debater ponto a ponto as questões levantadas pelo PCP.
O PCP diz que desta forma a estrutura de ensino superior em Portugal beneficia o sector privado. Ora, o que aconteceu nos últimos três anos foi exactamente o contrário. O número de alunos no sistema de ensino superior em Portugal manteve-se no ensino superior privado e aumentou — oiçam bem! — 20 000 alunos no ensino público. Estes são os dados objectivos, esta é a resposta que o sistema dá às críticas e à análise que o PCP concretiza.
Há três anos que o PCP fala no caos e no despedimento de professores no ensino superior. Quando analisamos os dados objectivos — pasme-se! —, o número de professores do ensino superior que estão neste momento na situação de desemprego são 11.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Conte lá com os contratados!
O Sr. Manuel Mota (PS): — São 11, Sr. Deputado.
A perspectiva do PCP em relação à gestão pública, ao sustentáculo dos serviços públicos, é absolutamente contraditória. A verdade é que se não olhássemos para aquilo que o Sr. Deputado, de uma forma muito leve, analisou, as necessidades do sistema, tínhamos a ideia de que o sistema não responde às necessidades do País, mas, de facto, o sistema de ensino superior responde.
Estes três anos mudaram a totalidade da realidade do sistema de ensino superior em Portugal.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — O que vale é que as pessoas lá fora estão a ouvir essas barbaridades!