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37 | I Série - Número: 094 | 12 de Junho de 2008


Em primeiro lugar, a lei do financiamento do ensino superior público é conhecida. Este Governo decidiu — excepto no ponto inicial que foi logo discutido aqui, na lei de bases, quando do Processo de Bolonha — anunciou-o e está no seu Programa, não alterar a Lei de Bases do Financiamento do Ensino Superior Público nesta legislatura A lei do financiamento define que é preciso que o financiamento das instituições do ensino superior, descontando o PIDDAC – não estamos a falar de PIDDAC –, seja feita com base em parâmetros objectivos.
Repito, não estamos a falar em PIDDAC nem estamos a falar dos mecanismos competitivos, designadamente da investigação, estamos a falar de parâmetros objectivos.
Aquilo que tem sido aplicado e as alterações que têm existido, que têm sido negociadas e que têm sido acordadas com as instituições de ensino superior, são a evolução desses parâmetros, que começaram por ser, quando chegámos, o número de alunos inscritos, o que significava que se esse número de alunos inscritos aumentasse numa instituição, por força, por exemplo, do insucesso escolar, ela ganhava relativamente às outras.
A forma de financiamento é distributiva, como se sabe, e ela baseia-se nestes parâmetros objectivos, que hoje incluem parâmetros de qualidade, parâmetros de sucesso escolar e parâmetros de qualificação do corpo docente. Não há, portanto, nenhuma arbitrariedade, nem presente nem prevista, nesta lei do financiamento.
Qualquer distribuição de acréscimos à lei do financiamento ou ao «envelope» financiamento, será feito com base, como manda a lei, em parâmetros objectivos.
Sr. Deputado, relativamente à segunda questão, sobre o financiamento plurianual, estou de acordo.
Sempre defendi que deveria haver condições financeiras para que houvesse possibilidade de um compromisso a longo prazo no financiamento plurianual de certas instituições, designadamente das instituições de ensino superior.
Isso é possível de uma forma limitada, mas, como sabe, não é possível, no quadro actual, de uma forma séria relativamente à totalidade do sistema de ensino superior. Porém, naturalmente que defendo que o financiamento plurianual venha a ser a regra do financiamento público das instituições de ensino superior.
O Sr. Deputado falou da discordância de números, mas, Sr. Deputado, aquilo que li foram as receitas efectivamente cobradas e descritas nas contas de gerência de todas as instituições públicas de ensino superior. Elas envolvem as receitas que são transferidas à cabeça do envelope financeiro da lei do financiamento, outras transferências do Orçamento do Estado, designadamente aquelas que vêm do orçamento da Ciência, e todas as outras receitas angariadas pelas instituições. Aquilo que tive ocasião de dizer não foi denegar, de maneira nenhuma, que as instituições de ensino superior tinham contribuído para a redução da despesa pública em Portugal. Contribuíram e, por isso, merecem o nosso aplauso.

O Sr. João Oliveira (PCP): — E bem!

O Sr. Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: — Mas fizeram mais do que isso, Sr. Deputado.
A sua acção e a sua reforma, combinadas com a disponibilidade acrescida de verbas, designadamente do orçamento da Ciência e da Tecnologia, que é inegável, permitiram que as receitas totais cobradas pelas instituições de ensino superior, em 2005, 2006 e 2007, tivessem crescido. E não só cresceram como mantiveram o seu peso no produto. Estes são os números das contas das instituições. Sr. Deputado, tenho o maior gosto em lhe fornecer todos esses números.
O Sr. Deputado José Paulo Carvalho disse que está quase tudo por fazer. Sr. Deputado, tenho todo o gosto em lhe transmitir a totalidade do que foi feito e das reformas que foram efectuadas, bem como a análise que é feita internacionalmente das reformas do ensino superior português, comparadas com as de outros 22 países do espaço da OCDE.
Enfim, o Sr. Deputado considera que é pouco. Em geral, também considero que as reformas são poucas, mas a verdade é que nunca se tinha feito este tipo de reformas. Elas foram feitas e os outros países da OCDE consideram que algumas destas reformas são exemplares. Portanto, gostava de saber em que ficamos.
Certamente, o Sr. Deputado deve sentir-se satisfeito pelo facto de termos conseguido fazer reformas indispensáveis para o País e que estão na linha das reformas do ensino superior dos países mais desenvolvidos da União Europeia.