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24 | I Série - Número: 098 | 26 de Junho de 2008

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria Antónia Almeida Santos.

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Bruno Dias, relativamente à questão das respostas integradas e do consumo do álcool, discordo completamente da sua opinião. Ainda hoje de manhã, tive oportunidade de assistir ao lançamento de um filme da autoria do Dr. Luís Patrício — pessoa que, penso, tem um mérito indiscutível nesta área —, no qual se valorizou a integração das respostas ao alcoolismo nos programas de comportamentos aditivos que os CAT irão integrar.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — O problema não é esse!

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Assim sendo, Sr. Deputado Bruno Dias, penso que, em matéria de tratamento e de prevenção secundária, a decisão política tem de ser fundamentada no conhecimento científico e nos conhecimentos médicos. Por isso, coloco-me na posição humilde de aceitar os conselhos avisados e concordar com o que os médicos, os profissionais desta área me explicaram ainda hoje de manhã.

Protestos do Deputado do PCP Bruno Dias.

Relativamente à descriminalização, Sr. Deputado, é evidente que a esquerda se orgulha do processo que levou à descriminalização… O Sr. Bernardino Soares (PCP): — A esquerda e o PS!

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — E o PS ainda mais! A esquerda engloba o PS, Sr. Deputado!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Nem sempre!

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — O PCP é que nem sempre está na esquerda! Infelizmente… Temos orgulho no que fizemos. Como eu disse, e reitero, foi este Governo que, ao tomar posse, retomou o trabalho da descriminalização do consumo. Os números de que disponho não reflectem a realidade que o Sr. Deputado Bruno Dias aqui traçou.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — E o relatório?

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Relativamente às prisões, a posição do Grupo Parlamentar do Partido Socialista é que a nós basta-nos ter criado a possibilidade, segundo um princípio de igualdade, de a população reclusa ter acesso aos mesmos tratamentos, às mesmas trocas de seringas que existem em meio livre.
Temos a esperança — e ainda é cedo — de que, a curto prazo, possa haver, com o relatório de avaliação, uma explicação do que se passa. Parece que o problema está na adesão. A única sugestão que faço é que perguntem aos possíveis aderentes o que está a falhar.
Quanto às questões colocadas pelo Sr. Deputado João Semedo, quero só lembrar-lhe que o Partido Socialista sempre foi um impulsionador das medidas nesta área. Mas também lhe digo, com toda a franqueza, que não espero grandes recuos nem avanços espectaculares.
Tem toda a razão naquilo que disse: esta é, de facto, uma matéria muito sensível e muito complexa. E, perante a complexidade, só temos de ter uma atitude humilde — e essa eu tenho-a e o meu partido também tem tido.