105 | I Série - Número: 016 | 6 de Novembro de 2008
O Sr. Presidente: — Para que efeito, Sr. Ministro?
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Para um pedido de esclarecimento ao orador, Sr.
Presidente.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Aguiar Branco, ouvi, com toda a atenção que merece, a sua intervenção de 18 minutos, mas fiquei sem resposta à pergunta que todos os portugueses se colocam relativamente às propostas do PSD.
O PSD apresentou um conjunto de propostas que, nas suas contas, que não discuto embora não concorde com elas, implicam 780 milhões de euros e disse que ia buscar esta verba, no Orçamento do Estado para 2009, por via da redução de investimentos públicos.
Gostava que o Sr. Deputado dissesse o que todo o País quer saber: que investimentos públicos, com inscrição orçamental para 2009 — portanto, não vale a pena falar-me do TGV ou do aeroporto internacional de Lisboa —, o PSD quer congelar? Os hospitais que estão a ser construídos?»
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Estão a fechar!»
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Os centros de saúde? As escolas? As barragens? Gostava que o Sr. Deputado pudesse esclarecer esta minha dúvida.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Aguiar Branco.
O Sr. José de Aguiar Branco (PSD): — Sr. Presidente, sinto-me lisonjeado por ser o Sr. Ministro a colocar uma questão.
Respondo-lhe, dizendo que, como disse a Sr.ª Dr.ª Manuela Ferreira Leite na sua intervenção, primeiro precisamos de informação que o Governo persiste em não fornecer.
Protestos do PS.
Mais: como hoje foi dito pelo Presidente do Grupo Parlamentar do PSD, a própria Unidade Técnica de Apoio lamenta que essa informação não seja dada — e posso ler-lhe.
Aplausos do PSD.
Mas até não vou ler porque acredito que o Governo leia aquilo que vem da Unidade Técnica de Apoio referente a esta matéria.
Uma coisa lhe garanto: se fossemos Governo daríamos essa informação a essa oposição, pois respeitamos o estatuto da oposição e os senhores não.
Com certeza que estamos a falar dos mega-investimentos. Essa humildade sonsa que agora o Governo apresenta em contraponto à arrogância que tinha ao falar nos pobres, nas creches, como sendo a matéria em que iremos fazer opções, estamos a falar nos hospitais, nos mega-investimentos que todos os economistas de referência de entre os senhores deviam ponderar, que era aconselhável que fossem feitas prioridades que os senhores se recusam porque não se importam dos custos que venham a ser pagos pelas gerações futuras.
Em 2013, quando os senhores não estiverem no governo, pois irão sair antes, já não se preocupam isso e com os custos que isso representa. Por isso, quando tivermos essas informações e se os senhores no-las fornecerem, definiremos a prioridade e diremos quais são os investimentos.
Aplausos do PSD.