O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

85 | I Série - Número: 016 | 6 de Novembro de 2008

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Faço-lhe duas propostas em que o Bloco de Esquerda incide no Orçamento do Estado.
Primeira, é tempo de dizer às grandes fortunas: agora têm de contribuir e têm de dar o vosso contributo, porque as grandes fortunas, os «pára-quedas dourados», as grandes protecções não podem eximir-se de pagar um imposto específico.
Segunda, é preciso reduzir os juros para as pessoas e aplicar uma medida que — olhe, Sr. PrimeiroMinistro! — foi aplicada ontem em Espanha. E há tanto tempo que o Bloco de Esquerda a defende, porque é uma questão de decência, que é juros bonificados para os desempregados de longa duração.
O Sr. Primeiro-Ministro não acha, como eu, que quem é vítima do desemprego deve ser protegido e apoiado até ter uma nova oportunidade e não deve perder a sua casa? Se em Espanha se faz isso, não se deve também fazer em Portugal? Se o fizermos, Sr. Primeiro-Ministro, seremos um pouco mais decentes em relação aos nossos vizinhos, aos nossos amigos e aos nossos colegas.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Francisco Louçã, deixe-me começar por esta observação: o desgosto que o Sr. Deputado tem por ainda não poder usar a palavra «recessão»! A vontade que o Sr. Deputado manifestou»! Brilham-lhe os olhos! Ah, quando vier aí a recessão!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Não brinque com coisas sérias!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Não! O senhor é que não deve brincar com isso!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Eu disse 0%!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Não, Sr. Deputado! Isso ficou muito claro! O que o Sr. Deputado disse foi bem explícito. O Sr. Deputado disse: «Por que é que o Sr. Primeiro-Ministro não fala em recessão? Porquê, Sr.
Primeiro-Ministro? Porque já está em recessão o Reino Unido, já está em recessão a Espanha»«. O Sr. Deputado ainda tem de me explicar por que é que a Espanha está em recessão, pois, que eu saiba, uma recessão técnica existe quando dois trimestres estão, em cadeia, negativos. Eu ainda só vi um, mas o Sr. Deputado já antecipa.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Só não contaram p’ra você!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Só que uma coisa é prevermos e outra é estar. Mas, enfim, o rigor também não abunda por essa bancada.

Protestos do BE.

Mas eu percebo bem o desgosto que o Sr. Deputado tem! O Sr. Deputado insiste num ponto: acha que este Governo definiu um sistema de garantias aos bancos, de avales aos bancos, com o intuito de ajudar os banqueiros. Sr. Deputado, isso é o máximo da demagogia. As pessoas sabem que o que fizemos não foi para ajudar nenhum accionista de qualquer banco,»

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não»!

Risos do Deputado do BE Francisco Louçã.

O Sr. Primeiro-Ministro: — É a minha vez de lhe dizer, Sr. Deputado, que esse riso não demonstra qualquer tipo de inteligência,»