36 | I Série - Número: 040 | 30 de Janeiro de 2009
ao subsídio de desemprego. É isto que está a acontecer com milhares de trabalhadores, especialmente com os mais precários.
Desafio o Sr. Ministro e o Governo a aceitarem as propostas do PCP para que essa regra seja eliminada e para que quem cumpre os descontos suficientes, previstos pela lei, para ter acesso ao subsídio de desemprego, tenha acesso a ele,»
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — » em todas as situações de desemprego, para o futuro, e para que se aplique uma proposta que temos vindo a fazer, e que, hoje, já é acompanhada por outros partidos, de majoração do subsídio de desemprego para os casais em que ambos estão desempregados e se encontram, por isso, numa situação especialmente frágil. O PCP tem vindo a propor esta medida desde há muito tempo, é hoje acompanhado por outros partidos e, por isso, desafiamos o Governo a que aprove esta nossa proposta de alteração.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Aiveca.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Finanças, veio dizer-nos que este seu Orçamento é um Orçamento «aditivado», mas, segundo a leitura que fazemos, não tem qualquer aditivo social.
Os senhores sabem que muitos milhares de pessoas, especialmente os mais jovens, têm contratos de trabalho de curta duração, findos os quais vão para o desemprego.
Os senhores sabem que muitos dos desempregados do sector têxtil, do calçado, da metalurgia, estão em desemprego de longa duração e os trabalhos que arranjam são sazonais, de muita curta duração.
Os senhores sabem que, com a lei que têm, é preciso perfazer 450 dias de desconto, nos dois anos que antecedem o desemprego, para ter direito ao subsídio de desemprego.
Os senhores sabem tudo isto e o que nos vêm propor é um aumento do subsídio social de desemprego em mais seis meses,»
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E só de 250 €!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — » quando tambçm sabem que a atribuição do subsídio social de desemprego depende dos rendimentos familiares e que o subsídio social de desemprego tem o valor miserável de 80% do indexante dos apoios sociais (IAS), ou seja, de 251 €.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Exactamente!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Vem o Sr. Ministro dizer que traz um Orçamento «aditivado»?! Mas que cor ç esta? Que aditivo social ç este? Este seu Orçamento não fala nem quer saber das pessoas,»
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — » porque o seu Governo e o Partido Socialista abandonaram os desempregados,»
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Exactamente!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — » abandonaram os mais jovens, abandonaram os precários, abandonaram os trabalhadores que, precocemente, foram postos fora das empresas e que, hoje, andam ao biscate, em pequenos trabalhos, a descontar como falsos trabalhadores independentes,»