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35 | I Série - Número: 064 | 3 de Abril de 2009

Mais de 75% dos professores entregaram os seus objectivos individuais, estando incluídos nos restantes 25% os professores que não tinham que entregar objectivos individuais, que foram dispensados dessa entrega ou que podiam pedir a não entrega. A situação é esta.
Felizmente, uma vez mais, e também nesta matéria, Srs. Deputados, as escolas e os professores mostram ser muito mais responsáveis do que aquilo que os senhores querem fazer deles.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, passamos a um último grupo de cinco pedidos de esclarecimento. O Governo responderá no fim, precisando que lhe seja cedido algum tempo pela bancada do PS.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, tem demonstrado, ao longo deste debate — de resto, não só ao longo deste mas também de vários debates que têm tido lugar nesta Legislatura — , uma estranha mania de desprezar tudo aquilo que não lhe interessa para os seus números.
O certo é que, de facto, a Sr.ª Ministra trabalha para números e trabalha pouco para a qualificação das pessoas, do nosso ensino e das nossas escolas. E se os relatórios da PSP são contraditórios com os números que o Governo apresenta não interessam,»

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Esses não são, os deles é que sim!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — » nem entram no Relatório de Segurança Interna.
E se há professores que dizem que as faltas não são contabilizadas a partir das provas de recuperação isso, para o Governo, não interessa, porque o que interessa é dizer que a taxa de absentismo diminuiu. À conta de quê? Não interessa! O que interessa são os números apresentados.
Assim não vamos lá, porque o que a Sr.ª Ministra faz recorrentemente é ignorar aquilo que os agentes que estão envolvidos no terreno lhe dizem quando lhe prestam contas em relação a essas matérias. E a Sr.ª Ministra, quando não lhe interessa, ignora para poder embandeirar os seus números.
Faz chantagem com os professores em relação aos objectivos individuais e vem, depois, apresentar números, referindo a responsabilidade dos próprios professores. É assim que funcionam as chantagens!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Muito bem!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Mas o Governo devia ter vergonha da chantagem que fez. No entanto, os números, mesmo assim, não chegam àqueles que os senhores gostariam de apresentar.
Falemos do reordenamento do parque escolar. Os senhores encerraram escolas, mas não foi para melhorar os níveis de ensino, porque, então, também teriam olhado para as turmas superlotadas. Nessas não intervieram! Lembraram-se, por exemplo, de reduzir o número de alunos por turma? Não! Aí o sucesso escolar já não interessa, porque aí não reduziam verba.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Por outro lado, aquilo que importa perceber é que os alunos cujas escolas encerraram foram para escolas de acolhimento quantas vezes com piores condições do que aquelas onde estavam, sendo que, em muitas delas, foram enfiados em contentores. Chamem-lhes pré-fabricados ligeiros, chamem-lhes salas modulares, chamem-lhes o que quiserem, mas há crianças, nestas escolas, que estão enfiadas em verdadeiros contentores. É assim que vão acabar o ano lectivo, e sabe-se lá como é que vão começar o próximo e quanto tempo lá estarão.
Sr.ª Ministra, há uma pergunta que quero colocar-lhe.
É certo e público que as verbas inscritas no QREN justamente para esta intervenção de reordenamento do parque escolar não chegam sequer para um terço das necessidades; é certo e sabido que nunca obtivemos