23 | I Série - Número: 092 | 18 de Junho de 2009
O Sr. Primeiro-Ministro: — »absolutamente ridícula, pretender que há um projecto de lei do PS que vai obrigar, ou permitir, as crianças com 14 anos a trabalhar.
Vozes do BE: — E vai!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, há uma verdade e há uma mentira. Nunca o PS apresentou qualquer projecto de alteração da situação actual. Nunca, em nenhuma circunstância!
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Está aqui!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado está, propositadamente e de forma demagógica, a interpretar mal aquilo que é a iniciativa política do Partido Socialista.
Aplausos do PS.
É por isso que o Sr. Deputado se junta à bancada do CDS e ficam bem os dois extremos num ponto: na utilização e nos truques regimentais para atacar o Partido Socialista, sem razão e sem fundamento.
Aplausos do PS.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, peço a palavra para uma interpelação à Mesa.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, agradeço-lhe que mande distribuir, se fizer favor, ao Sr.
Primeiro-Ministro o n.º 2 do artigo 3.º do projecto de lei n.º 780/X, que diz que «o menor com idade inferior a 16 anos (»)« – repito, inferior a 16 anos – «(») pode prestar a actividade no domicílio, desde que tenha concluído a escolaridade obrigatória», ou seja, 14 anos.
Vozes do BE: — Muito bem!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares (Augusto Santos Silva): — Sr. Presidente, peço a palavra para uma interpelação à Mesa.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Sr. Presidente, julgo que será importante, do ponto de vista da condução dos trabalhos, recordar à Câmara que a escolaridade obrigatória agora é o 9.º ano, implicando, portanto, pelo menos ter 15 anos de idade, e será no futuro, mercê da lei que já foi aprovada, na generalidade, nesta Assembleia, de 12 anos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Martins.
O Sr. Alberto Martins (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, quero voltar à questão da moção de censura e à iniciativa da moção de censura.
Esta moção de censura é uma irresponsabilidade política, é um absurdo, é um prolongamento artificial dos resultados eleitorais a três meses da data das eleições, como já foi dito, e é, em grande medida, uma usurpação ilegítima da vontade popular, do eleitorado, quando censura electivamente.