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19 | I Série - Número: 092 | 18 de Junho de 2009

A pergunta concreta que lhe faço é esta: não acha que se mantiver o mesmo rumo vai bater com a cabeça na parede (salvo seja e sem ofensa, estou a falar do Governo), na medida em que a mesma política, o mesmo rumo, vai conduzir ao mesmo resultado, ou seja, ao fracasso desta política de direita?

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, sejamos claros a propósito do debate que aqui estamos a ter.
Este debate tem um fundamento pouco sério, porque o CDS pretendeu confundir propositadamente eleições europeias e eleições legislativas. Isso é um abuso e uma precipitação.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Isso é lá com o CDS!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Eu sei que é com eles, mas esse ponto é absolutamente decisivo, porque temos aqui a direita a não se importar de fazer isso! O PS já ganhou eleições europeias, quando a direita estava no poder, e não se lembrou de vir invocar uma legitimidade que, obviamente, os portugueses não lhe tinham dado. É que a pergunta feita nestas eleições não foi sobre o Governo, tinha a ver com os deputados no Parlamento Europeu. Lá chegará o momento de perguntarmos sobre o Governo, e esse momento é daqui a três meses. Daqui a três meses, sim, perguntar-seá sobre o Governo, sendo que teremos ocasião de fazer esse debate e de aceitar e escutar o julgamento dos portugueses.
Confundir eleições europeias e eleições legislativas é um abuso, é uma precipitação e não se deve fazer.
Sr. Deputado, quer isto dizer que não se pode tirar nenhuma conclusão nacional? Pelo contrário! Fui o primeiro a fazê-lo, logo na noite das eleições.
Achamos que a votação foi, naturalmente, decepcionante para o PS e que espelha, do meu ponto de vista, um certo desagrado e uma frustração dos portugueses pelo facto de a crise económica e financeira se ter somado a anos anteriores em que foi preciso também fazer reformas e tarefas patrióticas que exigiram sacrifícios portugueses, o que, como disse no meu discurso, pode gerar feridas entre a base de apoio do PS e o Governo e a maioria do PS.

O Sr. Mota Andrade (PS): — Claro!

O Sr. Primeiro-Ministro: — É claro nos resultados que isso aconteceu e é preciso assumi-lo com humildade.
Há, certamente, muita coisa a fazer. O ensinamento que retiro dessas eleições e dos seus resultados é que o PS, a sua bancada e o Governo devem fazer mais»

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Para seguir o mesmo rumo, não!

O Sr. Primeiro-Ministro: — » e melhor no sentido de lutar por aquilo em que eu acredito, não de lutar por aquilo em que o Sr. Deputado acredita.
E eu acredito em quê? Acredito numa governação com rigor, acredito numa governação que ponha o Estado com contas em ordem e acredito numa governação que dê mais instrumentos de competitividade à nossa economia e que aumente a protecção social.

O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem de concluir.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, o que o senhor disse mais uma vez, e repete, não é verdadeiro.
Nesta Legislatura, a pobreza, medida pelos instrumentos que conhecemos, declinou de 20% para 18%, tal como o indicador de desigualdade.