17 | I Série - Número: 092 | 18 de Junho de 2009
Sr. Deputado, o Partido Socialista, quando estava na oposição, apresentou moções de censura, mas foi sobre motivos muito sérios, foi a propósito da guerra do Iraque.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — E o Governo apresentou uma de confiança!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Lembra-se?! Quando o Sr. Deputado estava no poder, decidiu apoiar uma guerra injusta e uma guerra ilegal»
Aplausos do PS.
Protestos do CDS-PP.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Eu sei que os Srs. Deputados não gostam de ouvir! Estava eu a dizer, que isso aconteceu quando o Sr. Deputado decidiu apoiar uma guerra injusta e uma guerra ilegal, uma guerra contrária ao direito internacional e que, ainda por cima, provocou, pela primeira vez, a separação naquilo que é um activo da nossa democracia, que é o apoio dos principais partidos em matéria de política externa.
O Sr. Deputado diz que cometi erros. Mas há uma coisa que lhe quero dizer: certamente que todos cometemos erros, mas eu não cometi os erros que o senhor cometeu quando esteve no Governo.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Diga quais são os seus!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Olhe, primeiro erro: o Sr. Deputado lembra-se deste despachozinho?! Todos nós ouvimos agora o Sr. Deputado Paulo Portas dizer: «Prioridade, num futuro governo, apoiar as misericórdias, apoiar as IPSS». O que é que o Sr. Deputado Paulo Portas fez logo que chegou ao governo? Suspendeu os investimentos em equipamentos sociais.
Aplausos do PS.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Vou ler, para o Sr. Deputado não se esquecer! O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — E os seus erros?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado Paulo Portas gosta sempre de invocar»
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que termine, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — » que tinha ç uma responsabilidade limitada nesse governo, mas acontece que este despacho, tanto quanto me parece, dizia respeito justamente a essa parcela de responsabilidade, porque era da segurança social, cujo titular era militante do CDS.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Por acaso, não era!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O despacho diz: «Suspensão da aceitação de novos pedidos de apoio financeiro e não assumpção de novos compromissos».
Portanto, Sr. Deputado, isto é dizer uma coisa na oposição e fazer outra no governo!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Quais são os seus erros, Sr. Primeiro-Ministro?!
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, vou já concluir.