18 | I Série - Número: 092 | 18 de Junho de 2009
Sr. Deputado, défice e crescimento. Quando o Sr. Deputado esteve no Governo, o que tivemos foi défice e recessão. É que o Sr. Deputado, quando esteve no Governo, apenas fez o seguinte:»
O Sr. Presidente: — Tem de concluir.
O Sr. Primeiro-Ministro: — » nem combateu o dçfice, nem a recessão.
O Sr. Presidente: — Terminou o seu tempo, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Quais são os seus erros, Sr. Primeiro-Ministro! Está completamente igualzinho!
O Sr. Primeiro-Ministro: — É por isso que, para combater a crise económica, o Sr. Deputado não tem a mínima credibilidade para oferecer esperança aos portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, creio que V. Ex.ª foi bastante assertivo em relação ao CDS, à sua moção de censura, salvo numa questão de fundo, é que o CDS, naturalmente, exercitou aqui as consequências visíveis da sua política, fugindo às causas, tendo em conta também a sua identificação profunda com a política de direita que, entretanto, este Governo tem realizado.
Mas a expectativa maior era conhecer o seu pensamento, a sua perspectiva de futuro.
Sem dúvida que o Governo e o PS foram penalizados nas eleições para o Parlamento Europeu.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Seria errado — também estamos de acordo — fazer uma leitura ou um transporte mecânico das eleições para o Parlamento Europeu para as eleições legislativas. Mas houve um sinal, e o sinal maior foi, de facto, que o povo português quis dizer basta, quis dizer que não pode continuar este rumo na vida política nacional.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Penalizando, por isso, o executante da política de direita, no caso concreto o PS, o povo português quis também significar que não aceita este rumo da política nacional e também demonstrou que nenhuma maioria absoluta se pode sentir segura e estável quando desestabiliza a vida às pessoas, aos portugueses.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Aliás, a direita já teve vários «amargos de boca» nesse âmbito. Mas o PS que se cuide também! Mas a manutenção do rumo que foi declarada tanto na noite das eleições como agora ali naquela tribuna é profundamente preocupante. Mas que rumo? O que levou a profundas desigualdades e injustiças, ao desemprego e a um País mais endividado e menos soberano? A um País onde se concentrou e se centralizou a riqueza, nunca tendo o Sr. Primeiro-Ministro explicado como é que foi possível exigir tantos sacrifícios ao povo português enquanto que um punhado fez fortunas fabulosas durante o seu mandato? Vai manter o mesmo rumo no sentido da desvalorização dos salários, das pensões e das reformas, como aconteceu? O mesmo rumo em relação às aspirações legítimas dos professores, dos enfermeiros, das forças de segurança, dos militares e de todos esses sectores que hoje são prejudicados pela sua política?