21 | I Série - Número: 092 | 18 de Junho de 2009
espanhóis dizendo que ia construir cinco linhas, vem agora aqui dizer que isso deve ser suspenso, cinco anos depois?
Vozes do PS: — Uma vergonha!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, é preciso descaramento para falar em duas caras a propósito do TGV!
Aplausos do PS.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — E a resposta?
O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado desculpar-me-á mas é preciso não ter vergonha na cara para falar disso. Não é duas caras, é vergonha na cara! O Sr. Deputado era membro de um governo, era ministro, assinou isto conscientemente! Há uma resolução do Conselho de Ministros, assinada pelo primeiro-ministro de então, dizendo que vai construir não uma, nem duas mas, sim, cinco linhas de TGV! Há acordos internacionais! E, mais, é dito que estariam prontas em 2009. Imagine-se! E o Sr. Deputado fala-me de duas caras?! Sr. Deputado, é preciso descaramento para vir falar de duas caras.
Sr. Deputado, o importante politicamente é que a única agenda política do seu partido é adiar, não quer que se faça nada.
Sr. Deputado, como sempre dissemos, no programa contra a crise é fundamental o investimento público, pois é aquilo que gera emprego, oportunidades de negócios e dinamização da economia.
As prioridades de investimento público que temos definidas são a requalificação das escolas, a modernização infra-estrutural da banda larga, as barragens e a energia, mas o TGV e os projectos estruturantes, também no caso das rodovias, são absolutamente essenciais para assegurar o nosso futuro.
Adiar significa pagar um preço e passar esse preço para as futuras gerações, porque o nosso País não tem nenhum problema quanto aos grandes projectos em matéria de velocidade, tem em matéria de adiamentos — demorámos 40 anos com o Alqueva, demorámos mais de 50 anos com o aeroporto. Em todos os grandes projectos demorámos demais, e isso, sim, tem um custo para o País e para o futuro.
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro , tem de concluir.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Concluo já, Sr. Presidente.
Sr. Deputado, estamos a cumprir o nosso Programa e abrimos um concurso para o primeiro troço do TGV.
Consideramos uma irresponsabilidade parar esse projecto, porque isso teria custos significativos para o País, mas por escrúpulo democrático todas as decisões relevantes neste concurso serão tomadas pelo próximo Governo.
Não vamos antecipar nenhuma decisão para, com essa antecipação, condicionar as decisões do futuro governo.
O Sr. Presidente: — Tem mesmo de concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — O futuro governo estará completamente livre para fazer a adjudicação, assinar o contrato e assinar as bases de concessão.
Aplausos do PS.
O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — A adjudicação!
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.