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27 | I Série - Número: 049 | 10 de Fevereiro de 2011

O Sr. Deputado também disse que fomos nós, o Governo do PSD e do CDS, os responsáveis pela criação deste modelo. Não, nós fomos responsáveis pela criação de um modelo que, na prática, está muito longe de ser este,»

O Sr. Jorge Seguro Sanches (PS): — É este!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — » porque, e volto a dizer aquilo que disse ao Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, um modelo que promove a liberalização de um determinado mercado não pode nunca levar a que os preços sejam concertados, como são neste momento. O que leva a que os preços sejam concertados não é o modelo, é a ausência de regulação e de medidas que permitam reduzir o preço final.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Luís Fazenda): — Tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Pinho de Almeida, uma coisa é certa, e isso os portugueses percebem bem, sem que ninguém precise de lhes explicar: o preço dos combustíveis está alto, o preço dos combustíveis sobe mais do que o do petróleo e nunca desce quando o do petróleo desce; sobe a grande velocidade quando o do petróleo sobe, mas baixa pouco, e lentamente, quando o do petróleo desce. Isto significa que quem está a ficar com o lucro destas operações são as empresas petrolíferas que dominam o mercado dos combustíveis em Portugal.
É verdade que o Prof. Abel Mateus disse o que disse, mas também é verdade que foi preciso sair da entidade reguladora para descobrir o que todos dizíamos, há muito tempo, o que muitos diziam em relação ao papel do regulador. É verdade! O regulador não regula, o regulador não resolve o problema! Este modelo, supostamente assente numa ideia de regulação independente, mais não é do que um modelo para permitir mãos largas e livres aos que dominam o mercado e tentar tapar a responsabilidade do Governo na determinação destes preços. Este modelo não resolve o problema, nem com este regulador, nem com outro regulador qualquer.
Neste sector, Sr. Deputado João Pinho de Almeida, é evidente que nunca haverá o tal mercado concorrencial de que o Sr. Deputado fala,»

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Porquê?

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — » porque as empresas petrolíferas continuarão a cartelizar o preço.
Neste sector, que é estratégico para a vida dos portugueses e para a economia nacional, o problema só se resolve de uma maneira: com a intervenção do Estado. Por muito que custe aos Srs. Deputados do PS, do PSD e do CDS, que abominam a intervenção do Estado,»

O Sr. Mota Andrade (PS): — Essa agora!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — » essa ç a solução para este problema.
Mas, a este respeito, também é preciso dizer que bem avisado andou quem, como o PCP, alertou para o significado que teria a privatização da Galp e pôr a Galp ao serviço de grupos económicos, de accionistas, sobretudo estrangeiros, que não estão nada preocupados com a economia nacional, que não estão nada preocupados com a vida dos portugueses. Se a Galp fosse pública, o Estado e o Governo teriam um instrumento para intervir neste mercado; como a Galp não é do País, é dos accionistas, aí a temos a trabalhar para os lucros, em vez de trabalhar para o progresso e para a economia nacional.

O Sr. António Filipe (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mas também se pode dizer, e disseram-no aqui alguns, que se este modelo de preços foi criado pelo PSD e pelo CDS a verdade é que o PS o manteve, a verdade é que o PS não