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I SÉRIE — NÚMERO 1

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Num dia, dizem que o Memorando é para respeitar e para cumprir; no outro dia, fazem de conta que não

têm nada a ver, ignoram as suas imensas responsabilidades.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Num dia, dizem que o PS quer contar; no outro dia, dizem: «De um lado

está o Governo e a troica, do outro está o Partido Socialista». Acha o Partido Socialista que é possível

governar Portugal, neste momento, sem os credores, sem a troica e sem uma cooperação? Então, como

afirmam isso, Sr. Deputado? Digo-lhe mais: saúdo a sua declaração de que o PS não quer uma crise política,

mas o PS tem de responder, Sr. Deputado…

A Sr.ª Presidente: — Tem de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.

O PS tem de esclarecer esta questão essencial: não pode, num dia, anunciar uma moção de censura e, no

dia a seguir, dizer que não quer uma crise política. Em que ficam? É que, de duas, uma: ou querem a crise

política ou estão a fingir uma moção de censura e isso não é aceitável.

Portanto, Sr.ª Presidente, não se preocupem com a maioria, não se preocupem com a coligação, tenham

calma, tenham paciência. Nós falamos serenamente, com a nossa voz, vamos ouvir a voz do PSD, vamos ter

uma resposta, e a nossa resposta, Sr. Deputado, será uma resposta que conta e que será patriótica.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Mota Andrade.

O Sr. Mota Andrade (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Telmo Correia, agradeço-lhe o simpático

cumprimento e deixe que lhe diga que percebo bem o imenso incómodo que V. Ex.ª deve ter neste momento,

incómodo esse que é seguramente provocado por divergências profundas que têm com esta governação e

com os resultados deste Governo. Mas, deixe também que lhe diga que, a haver crise política em Portugal,

essa crise tem responsáveis, e os responsáveis estão nessas duas bancadas.

Aplausos do PS.

Sr. Deputado, deixe também que lhe diga que talvez ainda não tenham aprendido nada, porque o acordo

de concertação a que se chegou é fundamental para as mudanças estruturais que o País necessita e os

senhores, com estas políticas, pura e simplesmente, deitaram pela janela fora o que tanto custou a adquirir.

Deixe-me ainda dizer-lhe o seguinte: o Partido Socialista anunciou um voto contra no Orçamento do Estado

porque o Partido Socialista não admite mais do mesmo, ou seja, o Partido Socialista não quer mais

austeridade pela austeridade, como ficou bem patente na conferência de imprensa dada pelo Sr. Ministro das

Finanças e como ficou bem patente nas declarações do Sr. Primeiro-Ministro.

Sei que VV. Ex.as

também não concordam com essa política. Cumpre, pois, a VV. Ex.as

corrigir o Sr.

Primeiro-Ministro e o Sr. Ministro das Finanças.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Muito obrigada, Sr. Deputado Mota Andrade.

Termina aqui a primeira parte da ordem do dia, consistente em declarações políticas dos grupos

parlamentares.

A ordem do dia inclui ainda, ao abrigo dos n.os

2 e 3 do artigo 78.º do Regimento, uma declaração, cuja

matéria é, como sabem, neste caso, sobre a educação.

Cumprimento o Sr. Ministro da Educação e Ciência e as Sr.as

e Srs. Secretários de Estado, que já se

encontram na Sala.