I SÉRIE — NÚMERO 1
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Também no ensino superior, este ano letivo começou melhor. Este ano, pela primeira vez, as aulas do 1.º
ano começaram tão cedo como as dos outros. Foi um êxito que se deve às mudanças introduzidas no
calendário e nas regras de exames do ensino secundário.
Estamos, como sempre estivemos, atentos às necessidades dos que de mais apoio precisam, sem perder
de vista o estímulo e o desafio aos melhores.
Por isso, melhorámos o regulamento de bolsas, publicado muito mais cedo (em 22 de Junho), que pôs fim
aos prazos de candidaturas, que passam a estar permanentemente abertas, que favorece a celeridade da
atribuição das bolsas. Haverá já mais de 1000 bolsas pagas, por terem sido analisadas neste mês de
Setembro.
Respondemos às situações, criámos no portal da Direção-Geral do Ensino Superior um simulador do valor
de bolsa.
Nas orientações para a fixação das vagas nas instituições de ensino superior públicas foi, pela primeira
vez, introduzida a questão da empregabilidade, sem prejuízos para a liberdade de escolha dos alunos.
Temos excelentes instituições no ensino superior, que garantem uma formação de grande qualidade e que
acolhem, a par com os centros de investigação, cientistas reconhecidos internacionalmente. O nosso futuro
passa pela ciência e, neste capítulo, temos tido continuamente boas novas.
Incentivaremos as universidades e os politécnicos para que, no âmbito da sua autonomia, reforçem o seu
papel promotor do conhecimento e da economia local e continuem a desenvolver a sua competitividade
internacional.
Iremos rever o RJIES (Regulamento Jurídico das Instituições do Ensino Superior). Iremos rever a aplicação
do Processo de Bolonha.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O ano letivo abriu com normalidade. Este será mais um ano de
trabalho, de empenho de toda a comunidade educativa, em prol da qualidade e do sucesso do ensino, em
Portugal. É esta boa notícia que tenho para transmitir aos Srs. Deputados.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Estão inscritos para intervir, de acordo com a grelha acordada em Conferência de
Líderes, os seguintes Srs. Deputados: Miguel Tiago, do PCP, Ana Drago, do BE, Amadeu Albergaria, do PSD,
Rui Jorge Santos, do PS, Inês Teotónio Pereira, do CDS-PP, e Heloísa Apolónia, de Os Verdes.
Sr. Deputado Miguel Tiago, tem a palavra.
O Sr. MiguelTiago (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Sr. Ministro, ia
perguntar-lhe em que país vive, mas depois lembrei-me de que o Sr. Ministro sabe perfeitamente quais são os
efeitos da sua política. Finge é desconhecê-los para poder continuar a aplicar deliberadamente esta política,
de recuperação da escola do antes do 25 de Abril, que é para onde o Sr. Ministro e a sua equipa estão a atirar
a escola pública portuguesa.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. MiguelTiago (PCP): — O ano letivo inicia-se sob a égide do desemprego no setor, do maior
despedimento coletivo docente da história portuguesa — aliás, do maior despedimento coletivo da história
portuguesa. São milhares de professores a menos colocados (qualquer coisa como menos 50%, nestas
últimas opções de recrutamento). O ano letivo inicia-se também com as obras congeladas nas escolas, com os
funcionários a serem contratados à hora, com os estudantes sem acesso ao passe escolar, seja o 4_18 seja o
Sub23, e com mais alunos por turma.
No essencial, o discurso do Sr. Ministro pode resumir-se a isto: queremos uma escola com menos
professores e com mais exames, para resolver todos os problemas e, assim, fingir que tudo vai bem na escola
pública.
E ao mesmo tempo, vai reconstruindo a escola dual… Não sei se o Sr. Ministro consegue falar ao telefone
e ouvir os Deputados ao mesmo tempo.…