27 DE SETEMBRO DE 2012
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Sr.ª Deputada, é preciso ler! Na Madeira, porque são governo, votaram contra; nos Açores votaram a favor!
Aliás, isso está aqui disponível no site do Parlamento. Portanto, se alguém, aqui, tem algum equívoco são
exatamente as vossas bancadas, Srs. Deputados.
Não se pretende nem se pode aqui dizer que vai ser criado um atrito. Atrito, Sr.ª Deputada?! Mas quem tem
medo da negociação? Quem tem medo da participação? Quem tem medo da democracia?
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — A CGTP costuma ter!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Quem tem medo, naturalmente, são os senhores! Se os senhores
consideram que participação, negociação e democracia são fatores de atrito, então, de facto, este Governo vai
mal e cada vez mais se vai afundando, bem como os grupos parlamentares que o sustentam.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, terminámos o debate do projeto de lei n.º 239/XII
(1.ª), que será votado oportunamente.
Srs. Deputados, passamos agora ao ponto 5 da ordem de trabalhos com a apreciação do projeto de lei n.º
279/XII (2.ª) — Altera o Decreto-lei n.º 22/2009, de 2 de março, de modo a garantir adequação do programa de
leite escolar (Os Verdes).
Para apresentar este diploma, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Julgo que o projeto de lei
que Os Verdes apresentam explica-se em poucas palavras e poucas palavras serão necessárias para que se
perceba a justeza desta proposta.
Como sabemos, o decreto-lei que pretendemos alterar estipula o fornecimento de leite, diária e
gratuitamente, ao longo de todo o ano letivo às crianças do ensino pré-escolar e do 1.º ciclo.
Contudo, chegaram já, por diversas vezes, ao Grupo Parlamentar de Os Verdes algumas queixas de pais
dizendo que as suas crianças não são beneficiárias deste programa por uma simples razão: têm um problema
de saúde, ou seja, intolerância à lactose, e, não sendo distribuído, nesse programa, leite sem lactose, estas
crianças não têm possibilidade de acesso a essa pequena refeição, digamos assim, e ficam excluídas.
Ora, estes pais já se dirigiram muitas vezes, no início do ano letivo, ao agrupamento de escolas ou à
respetiva Direção Regional de Educação e, muitos deles, não obtiveram resposta nem solução para o seu
problema.
Os Verdes, quando estavam a preparar o projeto de lei relativo ao programa do pequeno-almoço na escola
— pois, como denunciámos aqui, muitas crianças chegavam à escola sem o pequeno-almoço tomado e,
portanto, era urgente uma intervenção de Os Verdes nesta Assembleia da República a propósito desta matéria
—, verificaram que seria de muito fácil resolução este problema com que várias crianças se confrontam,
criando uma resolução geral no próprio decreto-lei. Ou seja, no próprio decreto-lei, quando se diz que ao leite
distribuído às crianças podem ser associados outros alimentos nutritivos, Os Verdes, pura e simplesmente,
acrescentam uma frase onde se permite também a oferta alternativa de leite sem lactose, de modo a que
possam ser abrangidas todas as crianças.
Portanto, julgo que este projeto de lei recolherá a unanimidade nesta Câmara e que, por esta via, podemos
resolver, muito claramente, o problema da não generalização da distribuição de leite por via de problemas de
saúde de algumas crianças.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria José
Castelo Branco.
A Sr.ª Maria José Castelo Branco (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: A situação em que o
País se encontra exige dos portugueses, em geral, e dos governantes, em particular, um cuidado muito
especial com os agregados familiares de condições socioeconómicas mais débeis.