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I SÉRIE — NÚMERO 5

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O Sr. Bruno Dias (PCP): — … de Chipre, de Malta, por causa do que os senhores querem impor — a lei

da selva — no setor,…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — … e isso é algo que vai ser preciso clarificar e discutir muito em profundidade,

nesta Casa, mas que não será para a semana, porque os senhores já não aparecerão no dia que estava

marcado.

Mas, quanto a esta proposta de lei do Governo, estamos perante mais uma etapa no caminho da

precarização e desregulação das atividades económicas e do trabalho, mais uma medida para impor essa

«diretiva da selvajaria», que é a Diretiva Bolkestein, da liberalização dos serviços, em que o Governo parte do

princípio, mais uma vez, que há de haver sempre quem apareça, em quaisquer condições que lhe queiram

impor, por mais graves que sejam, e, se necessário, alargando os tais mercados, para encontrar mão-de-obra

mais barata e necessitada. Além de que, com esta proposta, os próprios centros de formação são liberalizados

e sem fronteiras.

Os motoristas são obrigados a pagar para trabalhar, assumindo as obrigações que lhe são impostas na

formação e certificação, em que, em cada nova ação obrigatória, de cinco em cinco anos, lá vem mais uma

fatura, e quem quiser continuar a trabalhar que se chegue à frente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — No exame a que o trabalhador se sujeita — sabe-se lá com que regras e

procedimentos —, há uma alteração que já se vislumbra, a da revogação da norma atualmente em vigor, que

prevê a existência de júris com a presença de representantes dos sindicatos.

Há uma experiência concreta de vários anos, positiva, de participação das estruturas dos trabalhadores

nesses processos, e que o Governo devia ter em conta. Mas até aqui se vê o medo que o Governo tem de

tudo quanto seja a ação dos sindicatos, já que nem sequer os ouviu na elaboração desta proposta. Sabe-se lá

— cruzes, canhoto! — o que eles haviam de dizer.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Por outro lado, confirma-se o que denunciámos há uma semana aqui, no

Plenário: quem tenha sido condenado por homicídio não pode ser motorista de táxi, porque é proibido (e

continua a ser, com esta proposta de lei), mas, se quiser, já pode ser empresário do táxi, porque não tem

problema nenhum — agora já se pode, desde que tenha dinheiro.

Srs. Deputados e Srs. Membros do Governo, os problemas do setor do táxi não estão, nestas matérias, no

vosso caderno de encomendas da troica, estão nos pontos concretos que o PCP tem assinalado e respondido

com propostas e medidas alternativas: na carga fiscal, no preço dos combustíveis, na concorrência desleal, na

situação desesperada em que se encontram milhares de pequenos industriais do táxi. São as matérias que

tratámos, no nosso projeto de resolução n.º 350/XII (1.ª), que o PSD e o PS chumbaram no passado dia 5 de

julho.

É caso para dizer, como se diz no setor, que, para o Governo, o motorista é a peça mais barata do carro,

mas que, por este andar, não tarda a estampar-se!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — A Sr.ª Secretária de Estado pediu a palavra para que efeito?

A Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade (Teresa Morais): — Para

inscrever o Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações para uma intervenção,

Sr. Presidente.