I SÉRIE — NÚMERO 12
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Esse é o nosso foco, sem esquecer a grande prioridade que é a tarifa social, cujos últimos dados de que
disponho apontam para uma projeção de cerca de 300 000 famílias serem afetadas por esta tarifa, durante o
próximo ano de 2013 — são os dados que foram remetidos à Secretaria de Estado.
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Mas ainda não estão a usufruir!
O Sr. Secretário de Estado da Energia: — Em relação ao tema que foi levantado sobre o funcionamento
das auditorias energéticas e do acompanhamento da execução dos resultados da auditoria, compreendo as
preocupações do Sr. Deputado Agostinho Lopes.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — De compreensão já estamos fartos!
O Sr. Secretário de Estado da Energia: — Gostaria de referir também que não é preciso punir,
necessariamente, quem não aplica os resultados de modo a adquirir eficiência energética. Porquê? Porque a
auditoria energética produz soluções para as empresas pouparem dinheiro no seu funcionamento. Ou seja, as
empresas que adotam as soluções de auditoria energética são beneficiadas com isso e, portanto, não é
necessário um sistema de punição nem deve ser esse o caminho, no âmbito da eficiência energética.
Srs. Deputados, para este Governo, a eficiência energética é, de facto, uma prioridade. A grande forma de
atingirmos a sustentabilidade económico-financeira do nosso setor energético é fomentar a eficiência
energética, com isso garantir uma melhor competitividade e fomentar também uma melhor segurança de
abastecimento.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, terminada a apreciação da proposta de lei n.º 80/XII
(1.ª), que será votada na próxima sexta-feira, vamos passar ao quarto ponto da ordem de trabalhos, a
apreciação do Decreto-Lei n.º 186/2012, de 13 de agosto, que aprova o processo de reprivatização do capital
social dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, SA [apreciação parlamentar n.º 30/XII (1.ª) (PCP)].
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Honório Novo.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Defesa Nacional, Srs. Deputados: Queria
começar por saudar calorosamente os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo aqui
presentes e dizer-lhes que, para a bancada do PCP, não são mão-de-obra idosa, antiga e desatualizada,
conforme disse, ontem, o Eng.º Van Zeller, acusando-vos de serem exatamente isso!
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
Começo exatamente por aí, Sr. Ministro, confrontando-o com estas declarações e com uma outra
declaração de ontem do Eng.º Van Zeller, especialmente grave, a de que o eventual vencedor do processo de
privatização ia ter de resolver, lá dentro, o problema do sindicato comunista, que é muito violento.
Portanto, queria confrontá-lo com estas declarações, que são autênticas, e perguntar-lhe se não tem
comentários a fazer, se entende que estas declarações são compatíveis com o exercício público de cargos de
nomeação governamental…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!
O Sr. Honório Novo (PCP): — … e se tenciona, ou não, face à qualificável gravidade destas declarações,
demitir o Eng.º Van Zeller das funções para que foi nomeado.
Vozes do PCP: — Muito bem!