24 DE NOVEMBRO DE 2012
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mínimas é aumentar as pensões? Não! Não aumentam absolutamente nada e a verdade é que os reformados
não vão ganhar qualquer tipo de aumento do seu poder de compra. Antes pelo contrário, os idosos vão perder
cada vez mais poder de compra. A verdade é que o aumento do preço dos medicamentos e o aumento do
gás, da eletricidade, da água são sempre muito superiores ao aumento do valor da inflação que aqui é
proposto.
Hoje, graças ao PSD e ao CDS-PP, milhares de reformados, mesmo os que têm pensões mais baixas,
vivem pior, vivem em pobreza extrema. Nessa medida, Sr.ª Presidente, propomos não só a eliminação do
artigo 111.º, que congela o valor das pensões, como também apresentamos uma proposta de aumento das
pensões, nomeadamente das pensões mais baixas, propondo uma atualização de 3,1%, com um valor não
inferior a 25 €, para, no mínimo, compensar a perda do poder de compra destes reformados.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social.
O Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social: — Sr.ª Presidente, queria dizer
que, de facto, não há razões para considerar que o debate acerca do artigo 111.º mereça entrar no anedotário
nacional e, muito menos, que dê vontade de rir.
Não dá vontade de rir, porque estamos a fazer aquilo que é muito importante sob o ponto de vista social,
desde logo a atualizar as pensões mínimas em Portugal. Independentemente daquilo que a oposição possa
dizer, a verdade é que há 1 135 201 pensionistas que, este ano e no próximo, sentirão a diferença, dado o
aumento que estas pensões vão ter, contrariamente ao que está aqui a ser dito no sentido de desvalorizar este
aumento.
Sr. Deputado Jorge Machado, em dois anos, já aumentámos em 4,2% estas pensões e estamos a fazer
atualizações das pensões sempre acima do valor da inflação de cada ano. Apesar daquilo que os senhores
possam afirmar, factos são factos e o n.º 3 deste artigo 111.º prova que o Governo tem sensibilidade social
porque está a atualizar as pensões dos mais desprotegidos da sociedade portuguesa, quando outros, no
passado, apesar de toda a consciência social que alegam ter, tiveram a coragem — ou, se calhar, a falta de
coragem — de congelar essas pensões a 1,135 milhões de pensionistas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Em relação às propostas de artigos 111º-B e 111.º-C e ao artigo 112.º não se
registam pedidos de palavra.
Quanto ao artigo 113.º — Contribuição sobre prestações de doença e de desemprego, inscreveram-se os
Srs. Deputados Nuno Sá, do PS, e Adão Silva, do PSD.
Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Sá.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Secretário de Estado, de facto, a sensibilidade social do
Governo no descongelamento das pensões mais baixas emana do ponto 1.12 do Memorando que o Partido
Socialista negociou e salvaguardou.
Aplausos do PS.
É aí que está a sensibilidade social no descongelamento das pensões mais baixas.
De facto, se esse descongelamento se está a fazer, ao Partido Socialista ele se deve. Mas não se devem
ao Partido Socialista outras crueldades que VV. Ex.as
estão a fazer. E essas não estão no Memorando da
troica, são uma opção política do Governo PSD/CDS. Refiro-me aos cortes nas prestações sociais, de 6% no
subsídio do desemprego e de 5% no subsídio de doença e, agora, com as alterações que as bancadas da
maioria apresentaram, também ficámos a saber que esta tributação enorme sobre os que menos podem
também vai incidir sobre o subsídio social de desemprego, que sofrerá igualmente um corte de 6%. Estas são
medidas que atingem mais de meio milhão de portugueses.