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30 DE NOVEMBRO DE 2012

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Lembro, ainda, que este Governo não tem mandato — sim, não tem mandato, como foi dito — para cortar

mais na educação, não tem mandato para destruir, por essa via, um setor crítico e fundamental para o futuro

do País.

O PSD quer quebrar o consenso nacional e internacional em relação à importância da educação e da

formação. Ao contrário do que aqui foi dito pelo Sr. Ministro da Educação e Ciência há 15 dias, vai propor

copagamentos no ensino básico e secundário e vai propor o aumento de propinas no ensino superior, vai

apostar no desmantelamento da escola pública em todos os seus graus. Em suma, vai recriar uma escola

pobre para pobres, quer voltar, claramente, à escola do antigamente.

No PS, não aceitaremos voltar para trás e não aceitaremos este «apagão» no setor da educação.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Drago.

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Rui Jorge Santos, perante a entrevista do Sr.

Primeiro-Ministro e as declarações do Sr. Ministro Vítor Gaspar, no seu discurso de encerramento do

Orçamento do Estado para 2013 — e até com base nas declarações que foram dadas por elementos da troica

—, creio que temos a definição muito clara de quais são os alvos a abater pelo corte de 4000 milhões de

euros, agora anunciado ao País, e, sem dúvida, são as prestações sociais, nomeadamente o sistema de

pensões em direção aos mais idosos, e o setor da educação.

Portanto, é preciso que sejamos todos capazes de compreender o que está pela frente. A brutal redução do

investimento ou do apoio na área da educação significa colocar Portugal num patamar de incapacidade de se

projetar para o futuro e significa um retrocesso em algo que era consensual, isto é, de que o investimento na

área da educação seria determinante para a qualificação do País, para a modernização e a qualificação da

nossa economia.

Sr. Deputado, com estas ameaças por parte da direita fundamentalista que tomou conta do Governo do

País, existe hoje, em Portugal, muita gente — da esquerda à direita — que tem a clara perceção do que

podem significar estes cortes anunciados. Significam, de facto, matar o modelo social da democracia

portuguesa e significam condenar o País a um atraso, e nunca à capacidade de acompanhar os seus

parceiros europeus.

Creio, por isso, que é fundamental que, apesar de diferenças pontuais que possam existir entre diferentes

agentes, forças políticas, sindicatos, associações e movimentos dos cidadãos, todos tenhamos a plena

consciência de que esta é uma batalha decisiva! Permitir o início destes primeiros cortes — porque outros

virão no horizonte se esta política continuar —, é permitir desmantelar o Estado social na sua função de

redistribuição de oportunidades de vida e de riqueza. E creio que, nesse consenso, somos muitos, muitos mais

do que aqueles que hoje governam Portugal.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado

Mendes Bota.

O Sr. Mendes Bota (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Ao contrário do que diz o calendário,

e até a própria convocatória que aqui nos trouxe, hoje é dia 25 de novembro. E amanhã será dia 25 de

novembro. E no final do ano estaremos a 25 de novembro.

Porque, tal como se costuma dizer que o Natal é todos os dias, o que conta no 25 de novembro é o espírito

transversal a todos os dias do ano que nos impulsiona a rejeitar e a acabar com a violência que se abate sobre

as mulheres, em todo o mundo, no nosso País, na nossa cidade, na nossa vizinhança, quem sabe até, dentro

das nossas casas e famílias.

Milhões e milhões de mulheres, por todo o mundo, veem-lhes negado o primeiro direito humano: o direito

de viver livres de violência. Todos os esforços devem ser feitos para proteger estas mulheres.