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I SÉRIE — NÚMERO 25

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interroga por que é que esta luta tem congregado todas as outras profissões? Até a nível internacional? O

senhor não se interroga com esta questão? Acho que devia fazê-lo, porque os senhores são os causadores do

conflito. E é falso e é mentira que nos tenham vindo aqui dizer que estão abertos a todos os contributos. O

calendário que estão a impor a este Parlamento é vergonhoso, e já aqui foi denunciado. Os senhores querem

«limpar» toda esta proposta de lei até ao dia 7 de Dezembro. Portanto, pergunto-lhe: onde está o diálogo? O

que os senhores aqui têm feito com este conflito é, de facto, agudizar cada vez mais a situação nos portos.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Um setor, como já referi na pergunta inicial, que é competitivo, um setor

determinante para a economia nacional. O Sr. Ministro da Economia é o único responsável por não conseguir

nem ter capacidade de gerir este conflito e desta maneira salvar e contribuir para aumentar a competitividade

e a economia do País.

E não acusem os estivadores de quererem ganhar muito dinheiro. É falso! Os senhores conhecem bem os

salários destes profissionais, os senhores sabem bem que há centenas de trabalhadores cujo salário ronda os

800 €. É assim em Sines, em Lisboa, em Leixões, em Aveiro, e por esse País fora.

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Termino já, Sr.ª Presidente.

As horas extraordinárias são impostas e vão continuar a ser, Sr. Ministro. A grande diferença é que os

senhores vão pagar mais barato e isto todo o setor não quer. Por isso mesmo, estão em luta, e muito bem,

estão a defender os seus direitos, com a solidariedade dos trabalhadores dos portos de outros países por essa

Europa fora.

Vergonha nacional! O Ministro da Economia deveria ter a capacidade de resolver o conflito e acabar de vez

com a acusação e a mentira contra todos os trabalhadores que operam nos portos nacionais. Ao invés disso…

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Termino mesmo, Sr.ª Presidente.

Como dizia, ao invés os senhores continuam com esta provocação e, mais uma vez, vão fazê-la não

permitindo ouvir qualquer entidade e não permitindo a este Parlamento que faça propostas sérias num tão

curto espaço de tempo, até terça-feira à hora do almoço. Olhe só o ridículo que é a «abertura» que nos quis

aqui trazer.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: Vamos ao

concreto.

Com esta proposta de lei, colocam-se trabalhadores indiferenciados a assumir tarefas nos portos. Elimina-

se a carteira profissional, possibilita-se contratos de trabalho de cinco ou seis horas, cria-se um regime

especial para o setor portuário ainda mais desfavorável do que o do Código do Trabalho…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — … e proíbe-se a livre contratação coletiva.

É disto que estamos a falar! O Governo diz que é assim que vai reduzir a fatura portuária. Ora, o

testemunho que nos foi dado por um dos responsáveis de empresas exportadoras com quem falámos é

esclarecedor: «Para determinados produtos, a operação portuária no porto de Huelva…» — em Espanha —