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17 DE JANEIRO DE 2013

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no mesmo momento é desmentido, não vá os portugueses perceberem que afinal o Partido Socialista não

sabe cortar, em absoluto, na despesa!

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Sobre a necessidade de fazer a reforma do Estado, o Sr. Deputado trouxe à colação o relatório do Fundo

Monetário Internacional, sobre o qual tenho várias perguntas para lhe fazer.

Sr. Deputado, em primeiro lugar, gostaria de saber se não considera que este relatório cobre todos os

assuntos em que temos de atuar, a saber, o setor empresarial do Estado, as regiões autónomas, as

autarquias, as parcerias público-privadas.

Em segundo lugar, se não considera que o Governo deve aceitar este relatório como um contributo técnico,

entre outros que têm de vir, e tem de rever, sobretudo, os pressupostos em que esse relatório assentou.

Em terceiro lugar, se não concorda que, com este relatório, que é um relatório técnico feito por técnicos

estrangeiros e, portanto, não tinha que ter em conta o enquadramento constitucional que temos, o Governo

tem, evidentemente, que filtrar constitucionalmente as várias propostas que aqui estão em cima da mesa,

sendo certo que isto não desvaloriza uma eventual inadequação da nossa Constituição.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, queira concluir.

O Sr. Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP): — Concluirei, Sr. Presidente.

Em quarto lugar, se não considera que devemos atentar na relevância da eficiência que o relatório do FMI

levanta, em que não podemos olhar para a reforma do Estado numa perspetiva meramente quantitativa de

redução da despesa, mas, sim, tentar perceber onde é que a despesa que estamos a fazer — que até pode

ser, em termos de montante, a despesa adequada — está a falhar para não termos o retorno social que

desejaríamos e gostaríamos.

Em quinto e último lugar, se não considera que temos de fazer algo que não está neste relatório do FMI e

que, em nosso entender, deveria estar, que é precisamente uma correspondência entre a redução da despesa

e a reforma do Estado e, evidentemente, a carga fiscal que temos em Portugal.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Frasquilho.

O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Sr. Presidente, agradecendo as questões dos Srs. Deputado João

Galamba e Adolfo Mesquita Nunes, aos quais vou responder em conjunto, queria começar por deixar claro

algo que às vezes parece que se esquece nesta Casa. É que a troica veio porque as coisas não estavam a

correr bem. A troica veio porque as coisas estavam a correr muito, muito mal. Tão mal que já não havia quem

nos financiasse.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — A culpa é do Governo!

O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Uma das razões pelas quais a troica veio para Portugal foi porque, no

passado, não soubemos fazer este debate em vários momentos adequados.

Qual foi o primeiro momento em que este debate podia ter sido feito? Aquando da entrada do novo milénio.

Em 1998/99, quando aderimos ao euro. Quem era Governo? O Partido Socialista com António Guterres!

O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — É verdade!

Protestos do Deputado do PS João Galamba.

O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Que debate foi feito? Zero, zero!