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17 DE JANEIRO DE 2013

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calculámos e estimámos isso e posso garantir-vos que é verdade.». O senhor sabe quem é que disse isto? Foi

o Dr. Pedro Passos Coelho, hoje Primeiro-Ministro, que o disse em 30 de abril de 2011.

Em matéria de seriedade, Sr. Deputado, devo fazer outra citação: «Se formos Governo, posso garantir que

não será necessário despedir pessoas, nem cortar mais salários, para sanear o sistema português» — isto foi

dito, a 21 de maio de 2011, também pelo Dr. Pedro Passos Coelho, hoje Primeiro-Ministro.

Depois disto, questiono: que credibilidade é que podemos ter no Primeiro-Ministro? E quantos funcionários

públicos vão despedir? Serão 120 000? E quantos professores vão despedir? Serão 50 000?

Aplausos do PS.

Haja seriedade, Sr. Deputado!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília

Honório.

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado e candidato José Junqueiro, quero

cumprimentá-lo pela declaração política que aqui fez e pelas jornadas parlamentares que o Partido Socialista

realizou, sobretudo quando elas são norteadas pela importância do debate em torno do futuro do Estado

social.

Não quero aqui discutir as interpretações em torno das questões da ADSE, que alguns de vós

interpretaram como erro de comunicação e outros como erro de liderança. O que certamente não foi erro de

comunicação, mas uma opção, foi a adesão do Partido Socialista ao Memorando dito «de Entendimento» e às

políticas de austeridade impostas pela troica e consagradas plenamente por este Governo.

Por isso, quero questioná-lo sobre matérias de fundo, reconhecendo que esta foi uma opção de fundo do

PS.

Em primeiro lugar, gostaria de saber, enquanto discutem a natureza do erro e debatem entre vós sem se

entenderem necessariamente sobre qual é o tipo de erro, se, de facto, o Partido Socialista mantém a posição,

que o Sr. Deputado aqui anunciou, há algum tempo, de que a quebra de legitimidade deste Governo impõe

devolver a palavra ao povo e, portanto, que não há alternativa senão eleições antecipadas. Vamos falar claro

sobre a posição do Partido Socialista em relação a esta matéria.

Em segundo lugar, recordei aqui a vossa posição face ao Memorando de Entendimento e às políticas de

austeridade exatamente para vos questionar sobre a posição do PS relativamente ao futuro do Estado social.

Disse António José Seguro que cortar não é reformar — pois não, não é! —, mas que a reforma é necessária.

Entretanto, o PS fala de um Laboratório de Ideias. Ora, estando o País a ser alvo de um laboratório da

violência destas políticas, não me parece que tenha tempo para este Laboratório de Ideias.

Por isso, quero perguntar-vos, claramente, qual é a vossa posição perante este corte brutal de, pelo

menos, 4000 milhões de euros, no Estado social. Ou será que também vamos ter uma versão soft

relativamente a esta matéria, como, por exemplo, a de que se não despedirem 50 000 ou mais professores,

mas se despedirem só 20 000, a situação é menos grave e, portanto, os riscos são menores?

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado José Junqueiro.

O Sr. José Junqueiro (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Cecília Honório, gostaria de relembrar à Sr.ª

Deputada que não me engano nos adversários políticos. Relativamente à questão central, que é a dos cortes

no Estado social, a posição do PS é muito clara: o PS diz não. E, como repeti aqui hoje, mais uma vez, o PS

não entrará na encenação do auto, da farsa de uma eventual «comissão Marques Mendes» — isso é

absolutamente claro.