I SÉRIE — NÚMERO 41
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O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — É verdade!
A Sr.ª Vera Rodrigues (CDS-PP): — À oposição queria dizer, neste debate, que «chega tarde e a más
horas». O CDS não recebe lições da oposição sobre esta matéria.
E recordo dois momentos recentes.
Um deles, é o momento em que o Sr. Conselheiro António Borges falou dos cenários que estavam em cima
da mesa para a privatização da RTP. Na altura, o que Grupo Parlamentar do CDS-PP fez foi dirigir-se às
instalações da RTP, no Monte da Virgem, para reunir com o Conselho de Redação da RTP no Norte e
perceber quais eram as preocupações do centro de produção do Porto e da direção de informação do Porto,
tendo em conta o cenário de privatização.
Um outro momento, ainda numa audição com o ex-presidente do Conselho de Administração Guilherme
Costa, em que lhe perguntei, tendo em conta a experiência e o conhecimento que ele tinha da realidade da
RTP, o que era expetável, isto é, quais eram os riscos que deveríamos ter em conta nos cenários que se
punham em cima da mesa em relação à privatização.
Nessa audição, tivemos uma resposta sobre a importância do centro de produção do Porto, nomeadamente
no que respeita ao potencial de especialização que o centro tinha relativamente a novos conteúdos e à forte e
competentíssima equipa de profissionais e de jornalistas de rádio e de televisão que estão sedeados no Monte
da Virgem e que, segundo ele, assegurariam quase metade da produção de toda a informação da RTP. Fez
ainda referência à existência de programas que se pagam por si próprios e à diversidade de conteúdos que é
mais barato produzir no Porto do que em Lisboa.
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — É verdade!
A Sr.ª Vera Rodrigues (CDS-PP) — Por isso, se quisermos usar, no limite, a lógica racional e
economicista, tantas vezes odiada e rejeitada pela oposição, até neste ponto o Porto sai beneficiado, sai em
vantagem.
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — É verdade!
A Sr.ª Vera Rodrigues (CDS-PP): — No que respeita ao projeto de resolução que o PSD e o CDS aqui
apresentam conjuntamente, há quatro pontos fundamentais que nele referimos.
Em primeiro lugar, queremos deixar claro que a garantia de serviço público, que também está plasmada na
nossa Constituição, é fundamental, sendo essencial nessa garantia o papel e o protagonismo da RTP no
Porto.
Em segundo lugar, e como também já foi referido, a garantia de coesão social e territorial está indexada à
diversidade e à igualdade de oportunidades. Entendemos que a RTP no Porto é fundamental para divulgar
projetos e iniciativas que têm, obviamente, um impacto não só local mas também regional e nacional.
Em terceiro lugar, rejeitamos a lógica de centralismo acrítico e macrocéfalo que só contribuiu, nos últimos
anos, para o empobrecimento do País e para o seu esvaziamento cultural.
O Sr. Manuel Pizarro (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Vera Rodrigues (CDS-PP): — Em quarto lugar, defendemos o pluralismo e a diversidade de opinião
e, também aqui, o contributo dos intervenientes públicos, de políticos, de empresários, de representantes de
instituições, etc., que representam, no fundo, a massa crítica que tem conhecimento de causa, que tem
conhecimento próprio sobre a vida e a dinâmica do norte do País.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Vera Rodrigues (CDS-PP): — Mas fazemos esta referência não numa lógica regionalista ou de
apartheid, mas num sentido construtivo e que a todos aproveita.