7 DE FEVEREIRO DE 2013
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autorização legislativa mas a proposta de lei e o respetivo articulado. Mais do que isso, temos trabalhado o
desenvolvimento deste articulado, porque percebemos que este é um setor que tem várias nuances e há que
ter alguns cuidados, e peço desculpa de sublinhar apenas um: não pode o Estado estar a criar artificialmente
mercado para este setor — estamos perfeitamente de acordo.
Não vou responder à questão da videovigilância, mas também a questão dos porteiros tem a ver com isto.
Isto é, não podemos pôr o monopólio de uma atividade normal — de portaria — nas mãos das empresas de
segurança privada, para ter um mercado cativo e aumentar esse tipo de atividade artificialmente.
Em resumo, fiquei muito contente com este debate e gostaria que todos esses reparos, os da
videovigilância, do som e de todas essas coisas… — e não vou dizer agora quais são aqueles em que
estamos perfeitamente de acordo. Mas o Governo está completamente aberto a que cada um possa introduzir
melhorias a este quadro regulamentar. Necessitamos — e isso é que é o essencial — de um quadro
regulamentar estabilizado, em que todos nos possamos rever para esta função essencial.
Pedia, por isso, que, nas próximas semanas — não muitas! —, os Srs. Deputados transformem esses
reparos em contribuições que possam melhorar a lei. Do lado do Governo, naturalmente, estaremos mais do
que disponíveis para encontrar quadro regulamentar melhor do que o atual e que possa ter condições de
entrar em vigor o mais depressa possível.
Muito obrigado pela oportunidade que nos deram.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Não havendo mais inscrições, dou por encerrado o debate da
proposta de lei n.º 117/XII (2.ª).
Em nome da Mesa, despedimo-nos dos Srs. Membros do Governo que nos acompanharam neste debate,
agradecendo a respetiva presença.
Srs. Deputados, vamos passar ao terceiro e último ponto da ordem de trabalhos de hoje, que consiste na
discussão conjunta, na generalidade, dos projetos de lei n.os
313/XII (2.ª) — Revoga a lei dos compromissos e
dos pagamentos em atraso (PCP) e 344/XII (2.ª) — Revoga a Lei n.º 8/2012 (lei dos compromissos e dos
pagamentos em atraso) (BE).
Para apresentar a iniciativa l do PCP, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Sá.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: O PCP traz hoje a debate um projeto de lei que
visa revogar, com efeitos imediatos, a famigerada lei dos compromissos e dos pagamentos em atraso. Quase
um ano depois da sua entrada em vigor, impõe-se libertar as administrações central, regional e local, a
segurança social e os hospitais EPE de uma inaceitável peça legislativa que os asfixia, impedindo-os de
cumprir cabalmente as funções que lhes estão cometidas por lei.
Desde o primeiro momento, o PCP denunciou as intenções do Governo e da maioria PSD/CDS ao imporem
a aplicação lei dos compromissos: criação de constrangimentos burocráticos e administrativos à execução da
despesa orçamental e à assunção de compromissos financeiros por parte das entidades públicas, limitando ou
mesmo impedindo o cumprimento das suas funções.
Desta forma, o Governo e a maioria que o suporta pretendem comprometer as funções do Estado, visando
o favorecimento dos grandes interesses privados que, desde há muito tempo, procuram apoderar-se dos
serviços prestados pela Administração Pública, transformando-os em chorudos negócios.
Vozes do PCP: — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — A lei dos compromissos e dos pagamentos em atraso é, pois, mais uma peça na
brutal ofensiva contra as funções sociais do Estado e os serviços públicos, que está a ser levada a cabo por
este Governo no âmbito do pacto de agressão da troica.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!