I SÉRIE — NÚMERO 53
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Finalmente, porque o desenvolvimento económico é importante, esta reforma cria um mecanismo
financeiro que incentiva à colaboração das autarquias e as premeia quando conseguem, quando têm um
resultado de aumento do desenvolvimento na sua área de influência.
Portanto, é uma reforma que traz rigor nas contas públicas, aumenta e fortalece a proximidade, promove a
colaboração entre municípios e promove, incentiva e premeia o desenvolvimento económico.
São várias as mudanças, também essas importantíssimas, que trazem mais transparência, por revelação,
designadamente das contas: a existência de um auditor externo; as obrigações de revelação da parte do IRS
na liquidação de imposto dos contribuintes; as obrigações de envolver todas as entidades participadas no
perímetro de consolidação; um mecanismo mais sério, mais forte, de controlo daqueles casos de desequilíbrio.
Porque, sim, precisamos de cuidar daqueles casos, dos maus casos (que não são a maioria, mas que são
alguns) de desequilíbrio nas contas municipais. E esta lei resolve o que a anterior não resolvia, com
mecanismos muito mais sérios e rigorosos.
Em suma, com esta lei, os portugueses poderão confiar ainda mais nas autarquias e na sua gestão
financeira. Os autarcas portugueses já são heróis do serviço público e esta lei, que sem dúvida é exigente, vai
tornar esse heroísmo ainda mais claro.
Com esta lei, ficará ainda mais claro, mais transparente e mais seguro que as autarquias são agentes
essenciais do serviço público e que desenvolverão, todas elas e cada vez mais, o seu papel no máximo
respeito pelos recursos públicos que os portugueses lhes confiaram.
Sr. Ministro, está de parabéns por mais este esforço reformista.
No Parlamento, apreciaremos e melhoraremos esta lei.
Convidamos todos os grupos parlamentares a juntarem-se a nós, ao Governo, neste esforço reformista, de
rigor nas contas públicas, de aposta na proximidade, de aposta na colaboração municipal.
Sr. Presidente, Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados: Onde é que ficam VV. Ex.as
no intuito de reformar o
País? Onde ficam VV. Ex.as
no intuito de melhorar o poder local?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Mota Andrade,
do PS.
O Sr. Mota Andrade (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: O Sr.
Ministro não respondeu às minhas perguntas, desde logo não disse se vai facultar à Assembleia da República
os modelos de simulação, município a município, em que se baseou para atribuir e para anunciar
determinados valores de IMI.
Mais: não disse se nos vai facultar o relatório da Autoridade Tributária sobre esta matéria. Ora, isso, para
nós, é fundamental, em nome da transparência.
O Sr. Ministro também não respondeu à questão de as freguesias perderem 40 milhões de euros, 20% em
relação ao passado. Isto também são factos.
Deixe que lhe diga que a proposta que hoje aqui apreciamos em nada contribui para reduzir ou apaziguar o
clima de instabilidade e de latente conflito social com que os portugueses se veem confrontados diariamente.
Mais uma vez, o Governo elaborou uma proposta de lei sem ouvir ninguém.
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Muito bem!
O Sr. Mota Andrade (PS): — Muito menos procurou encontrar, junto dos autarcas espalhados pelo País ou
junto das suas associações representativas, o necessário consenso, tão profundamente invocado no dito
documento Verde.
Em conjunto, encontraria, seguramente, outras soluções, que não as que estão hoje aqui para o poder
local. E essa reforma do poder local, que o PS sempre considerou necessária — quero aqui sublinhar que o
Secretário-Geral do PS, em julho de 2011, disse que estava disponível para fazer esta reforma —, não foi
dotada de instrumentos para responderem aos novos desafios que são precisos e que estão colocados, hoje,
às autarquias. Não, esta tem sido uma reforma solta e feita à la carte.