O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

21 DE FEVEREIRO DE 2013

33

Sr. Deputado Bernardino Soares, é verdade que a legitimidade política não é só aquela que decorre das

eleições. É verdade que a cada dia que passa nós devemos responder pelas nossas decisões. No entanto,

deixe-me dizer-lhe uma coisa: o Sr. Deputado quis falar do episódio de ontem do Ministro Miguel Relvas.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — O senhor é que trouxe isso!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Quis falar dele e eu acho muito bem que o tenha feito. Disse qualquer

coisa deste género: que o Sr. Ministro, às vezes, dizia coisas que, no entender do Sr. Deputado, eram

barbaridades. Mas, olhe, o Sr. Deputado, os militantes do Partido Comunista e os Deputados do Partido

Comunista, muitas vezes, dizem coisas não vou dizer que são barbaridades…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mas pode dizer!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … mas que andam muito perto e com as quais nós discordamos. Porém,

há uma certeza que o Sr. Deputado tem e que os portugueses também têm: nós nunca calámos as opiniões

do Partido Comunista…

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

… e ontem foi calada a vontade política expressa de um Membro do Governo. Isso tem uma dimensão

institucional que afeta a credibilidade do nosso regime.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Protestos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Honório, do Bloco

de Esquerda.

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Luís Montenegro, a sua declaração política

foi muito enviesada, mas nós ainda tivemos a expectativa — pelo menos, no início — de que o Sr. Deputado

viesse dar uma palavra de solidariedade ao mais de 1 milhão de portugueses e portuguesas desempregados.

Ou que viesse dar um sinal de que as palavras frias e secas do Sr. Primeiro-Ministro sobre o drama do

desemprego não são necessariamente aquelas nas quais o Sr. Deputado se revê. Ou que nos viesse dar uma

palavra sobre o corte brutal dos salários e das pensões que milhares e milhares e milhares de portugueses

viveram, no corrente mês.

O Sr. Deputado até veio falar de políticas amigas do crescimento, e eu até lhe queria perguntar se,

porventura, sabe o que significa este primeiro pacote com o qual os senhores estão comprometidos com um

corte de 800 milhões de euros nesse programa do corte dos 4000 milhões de euros nas funções do Estado

social.

Pensei que nos viesse falar de algumas destas realidades, que são aquelas que, de facto, tocam

profundamente a vida das pessoas.

Porém, aquilo que o senhor aqui nos veio dizer, de uma forma tão enviesada, é que o PSD vive mal com a

liberdade de expressão…

Protestos do PSD.

… é que o PSD não aguenta um País que julga as políticas deste Governo, é que o PSD não aguenta ouvir

as palavras dos jovens e das jovens que são cada vez mais esmagados pelo preço das propinas, pela falta de

ação social. Em suma, que o PSD não é capaz de conviver com a liberdade de expressão.

Protestos do PSD.