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21 DE FEVEREIRO DE 2013

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Sr. Deputado Nuno Magalhães, naturalmente estamos de acordo com a apreciação que aqui fez e muito

empenhados em serenamente resolver os problemas de hoje e atacar os desafios de amanhã.

Mas o Sr. Deputado disse, e bem, que, se estamos preocupados com a situação política e nunca nos

furtámos a nenhum debate sobre a situação política de nenhum setor, também estamos preocupados com o

funcionamento do nosso regime democrático, que, como o Sr. Deputado também referiu, e bem, está e deve

estar acima de tudo, incluindo até do nosso interesse político-partidário.

É que tem-se falado e cantado muito, nos últimos tempos em Portugal, mas gostaria de dizer que a Vila

Morena, a terra da fraternidade, a terra onde é o povo quem mais ordena, é a terra de todos, não é

propriedade de ninguém,…

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … é a nossa terra, é a terra pela qual queremos lutar e são as pessoas

pelas quais queremos lutar.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — A próxima declaração política é do PS.

Tem a palavra o Sr. Deputado António Braga.

O Sr. António Braga (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: O Sr. Ministro das Finanças, 51 dias

depois da entrada em vigor do Orçamento do Estado, veio hoje dizer à Assembleia da República que esse

mesmo Orçamento do Estado vale zero.

Veio confessar o absoluto desastre e demonstrou que não estavam preparados para governar, nem tinham

qualquer solução para o País — como, aliás, já a peregrina ideia sobre a proposta da TSU tinha demonstrado

—, ao contrário do que prometeram na campanha eleitoral.

Enganaram-se, o Governo e a troica, em todas as previsões e falharam em toda a linha com as políticas de

austeridade. Os sacrifícios dos portugueses foram, e são, em vão.

Neste percurso dramático para as empresas e famílias, o Governo nunca ouviu o PS, mas o PS tinha

razão. Afinal, como se prova, há um outro caminho. E o Governo deve uma desculpa aos portugueses.

A Europa, com os seus 400 milhões de habitantes, não é apenas a circunstância histórica do Tempo das

Luzes ou da Revolução Francesa. Falar na Europa é chamar gerações e gerações de pessoas que se bateram

e ambicionaram juntas a construção deste espaço de liberdade, democracia, fraternidade, solidariedade e paz.

Aqueles que se comportam com um notável egoísmo ou os que usam um aberrante seguidismo nunca

compreenderam a história em marcha.

Portugal conta com um Partido Socialista responsável, capaz de ocupar o lugar vazio que o Governo aliena

no concerto europeu, escondido por detrás de um insondável alinhamento ao eixo Merkel-Schäuble.

Aplausos do PS.

O PS tem defendido, meses a fio, dentro e fora do País, propostas para recentrar na Europa o principal

combate aos gravíssimos problemas das dívidas soberanas de Portugal e da zona euro. Foram muitos os que

as desvalorizaram, sentados no alto de uma sobranceria ainda hoje inexplicável, a começar pelo Governo.

Finalmente reconhecidas, essas propostas constituem-se como uma alternativa de esperança às políticas de

austeridade, do «custe o que custar», que, insensata e teimosamente, Passos Coelho impôs ao País, com um

preço social insuportável.

Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: A mais do que necessária revisão de prazos e juros das dívidas

nos países sob assistência, revisão há muito proposta pelo PS, ocorrerá, apesar de o Governo português

sempre ter dito o contrário. O descalabro das contas públicas, apesar dos enormes sacrifícios impostos aos

portugueses, veio demonstrar a confrangedora e errática política orçamental, quer nas previsões quer na sua

execução.