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I SÉRIE — NÚMERO 56

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O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Mas ainda tem dúvidas?!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … e a Sr.ª Deputada não foi capaz de condenar a atitude de alguns

cidadãos que, exorbitando o exercício livre da sua expressão, impediram um membro do Governo de se dirigir

à plateia que tinha pela frente e, através da comunicação social, ao País.

Por isso, devo dizer-lhe que não somos nós que convivemos mal com a liberdade de expressão. A Sr.ª

Deputada é que, se calhar, convive bem demais com estes atropelos às mais elementares regras da

democracia.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Nós estamos interessados em discutir, com a Sr.ª Deputada e com todas as bancadas, todos os problemas

da sociedade portuguesa. E, Sr.ª Deputada, se não o sabe, creio que pode fazer fé nisto que lhe vou dizer: as

dificuldades, os sacrifícios, os esforços que hoje são pedidos aos portugueses, no nosso ponto de vista — e a

Sr.ª Deputada pode discordar, mas esta é a nossa mais profunda convicção —, são uma parte do caminho

que temos de percorrer para que, no amanhã, não voltemos a cair na situação em que nos encontramos hoje.

Protestos da Deputada do BE Ana Drago.

Sr.ª Deputada, a democracia, como referi, é o respeito pela diferença de opinião e é o respeito pela

capacidade de decisão que cabe a cada um. Os eleitores, em Portugal, decidiram que o Bloco de Esquerda

devia ser oposição a este Governo e até decidiram que a dimensão dessa oposição passasse para metade

daquilo que era na Legislatura anterior. E decidiram, simultaneamente, que ao PSD caberia liderar o Governo,

não tendo força para o fazer sozinho, do ponto de vista do apoio parlamentar, em coligação com o CDS-PP.

E é isso que estamos a fazer, Sr.ª Deputada, estamos a cumprir o nosso compromisso com Portugal. Em

primeiro lugar, equilibrando as contas públicas, é verdade, cumprindo o Memorando de Entendimento, é

verdade, transformando do ponto de vista estrutural os principais sistemas públicos, o funcionamento da

economia e o funcionamento do Estado e da relação do Estado com os cidadãos.

Para quê, Sr.ª Deputada? Para termos bases sólidas de crescimento económico que possa acudir aos 900

000 desempregados que hoje, infelizmente, temos em Portugal. É para isso que estamos a trabalhar, Sr.ª

Deputada.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Deixe-me dizer-lhe o seguinte: outros tempos foram aqueles em que se queria dizer às pessoas que esse

problema, que era estrutural — e que é estrutural, porque o nosso desemprego sobe há mais de 10 anos —,

se resolvia de um dia para o outro, se resolvia com mais dinheiro, se resolvia com facilidades.

Nós não vendemos facilidades às pessoas! E não é para as castigar, é para criarmos as condições para

que, neste País, as pessoas, os nossos concidadãos, as nossas famílias, as nossas empresas possam ter

sustentação e um ciclo de crescimento e de bem-estar, que é aquilo que desejamos, Sr.ª Deputada.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — É, é!…

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Por isso, Sr. Deputado Nuno Magalhães,…

A Sr.ª Presidente: — Peço-lhe que seja breve, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.