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1 DE MARÇO DE 2013

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País, para onde os jovens são obrigados a ir quando procuram emprego ou uma colocação ajustada às suas

qualificações académicas.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É o que o Passos Coelho manda fazer!

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — De facto, o Algarve merece reflexão, porque com a miragem do turismo e

com políticas erradas, com a miragem da indústria da construção e do imobiliário nos últimos 20 anos, votou-

se o Algarve à monocultura do turismo e do imobiliário. Ao primeiro abanão nestes setores, o Algarve, uma

região de enorme potencial e talvez, em termos de potencial e de riqueza, aquela que, tirando a região da

Grande Lisboa ou do Porto, poderia produzir maior riqueza para o País, está a sofrer mais gravemente os

efeitos desta crise.

Como é que se explica que o Algarve esteja nesta situação quando tem um potencial agrícola enorme?

Porque a agricultura foi abandonada, porque os terrenos foram abandonados em prol da especulação

imobiliária, porque sucessivamente foram feitos planos de ordenamento para o Algarve que densificaram a

ocupação na zona costeira e obrigaram ao abandono das zonas do interior, das zonas agrícolas.

No âmbito das pescas, subsidiou-se o abate de navios e de barcos de pesca, em vez de se subsidiar a

recuperação e a modernização da frota de pescas.

Na educação, como é possível uma região como a do Algarve, com este potencial natural, não ter, no seu

currículo educativo, uma escola de pescas, uma escola agrícola no regime curricular normal. As únicas

formações que há nesta área, com todo o respeito que temos por todas elas, serão, eventualmente, as

formações temporárias dadas pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional.

Vou contar-vos uma curta história que me relatou um armador que precisava de pescadores. Apareceram-

lhe pescadores certificados, com os cursos de pesca dados pelo Instituto de Emprego, e, quando ele lhes

disse que era para assinarem um contrato para uma campanha de quatro, cinco, seis meses no mar, fugiram

todos porque nunca tinham posto os pés no mar. Tinham o curso, mas nunca tinham posto os pés no mar. É

esta a realidade que temos!

Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.

Como é possível uma região como a do Algarve ter transportes ferroviários obsoletos? Como é possível,

por exemplo, em relação à linha de caminho-de-ferro que liga Tunes a Lagos, portanto metade do Algarve,

com o investimento totalmente feito, a eletrificação não estar concluída porque falta unicamente levantar os

postes e pôr as catenárias?

É tudo isto que temos de corrigir. São todas estas políticas erradas que temos de corrigir.

Nós, CDS, iremos bater-nos para que, no Algarve, se faça, nem que seja como região-piloto e para mostrar

o que é preciso fazer para recuperar este País, uma política integrada, intersectorial, que permita o seu

desenvolvimento harmonioso; se insista no sentido de que, a nível escolar, se crie currículos escolares que

permitam aos jovens obter formações e capacitações adequadas à riqueza e ao potencial da própria região de

forma a que, acabado esse ciclo, tenham empregabilidade na própria região, desenvolvê-la e aí criar riqueza;

se permita desenvolver o transporte ferroviário facilitando as comunicações numa região que, pela sua

extensão, o aconselha, transporte, esse, cujo investimento já está feito, em detrimento de um transporte

rodoviário poluente e demasiado caro; se permita, no setor das pescas, potenciar todos os seus recursos e

incentivar o empreendedorismo e a criação e exploração da indústria do mar e exploração de empresas

ligadas aos bivalves, ligadas à pesca…

Entretanto, reassumiu a presidência o Vice-Presidente António Filipe.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, queira concluir.

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Irei concluir, Sr. Presidente.