O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

7 DE MARÇO DE 2013

21

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, de facto, isto começa a

tornar-se muito complicado não apenas na realidade mas também nos discursos — nos discursos ainda é o

menos, não é verdade? O problema é a realidade.

O Sr. Primeiro-Ministro não quer políticas expansionistas, mas também não sei exatamente a que se refere

quando fala de políticas expansionistas, porque há investimento e investimento! Há investimento que se

repercute no crescimento económico e na criação de riqueza, e esse investimento é fundamental para o País.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isso mesmo!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Ora bem, o Sr. Primeiro-Ministro não quer gerar políticas

expansionistas porque não quer aumentar a dívida. Mas a dívida está a aumentar! Então, está a aumentar a

dívida para quê e à custa de quê?

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Boa pergunta!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — O Sr. Primeiro-Ministro vai ter de explicar, porque ninguém está a

perceber absolutamente nada!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — E porquê? Porque está a acontecer exatamente o contrário. Ou

seja, o Governo está a aplicar uma política bruta de austeridade, absolutamente insustentável — o problema é

que não vai parar por aqui. E o que é que está a resultar dessa austeridade? Mais dívida!? Ninguém percebe.

Mais défice!? Menos crescimento económico!? Aliás, recessão. Mais desemprego!? Ou seja, o resultado é a

criação de dificuldade ao País no sentido de o afundar mais, e mais, e mais… E quanto mais afunda, mais

custa a subir!

É por isso que não se vê, de facto, luz ao fundo do túnel. E o Sr. Primeiro-Ministro não traz qualquer

palavra de esperança — já trouxe, em tempos, mas como, depois, quebra todos os compromissos, já nem se

atreve a trazer palavras de esperança!

Sr. Primeiro-Ministro, a situação é de tal modo insustentável que começa a ser percetível por que é que a

dose de protesto e a dose de manifestação deste País é tal como nunca se viu antes. Pense, por favor, no

seguinte: já vimos muitos Governos passar por nós — não é verdade, Sr. Primeiro-Ministro? —, mas nunca se

viu um Governo que fugisse dos portugueses como este Governo foge. Sim, Sr. Primeiro-Ministro!

Protestos do PSD.

Nunca houve um Governo que se escondesse tanto dos portugueses como este Governo se esconde nem

nunca houve um Governo que levasse com os protestos dos portugueses como este Governo leva.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Não, não!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Não, diz o Sr. Primeiro-Ministro. Ora, cá está a confirmação: este

Governo vive no mundo da lua, este Governo não tem os pés bem assentes na terra e no País que está a

governar; este Governo não está a governar para os portugueses, está a governar para a Sr.ª Merkel e para a

Europa e os portugueses sofrem todas as consequências diretas dessa opção.

Sr. Primeiro-Ministro, caso não saiba nem tenha reparado, os portugueses manifestam-se, sim, e os

portugueses protestam, sim, da forma mais brutal que alguma vez se viu depois do 25 de Abril!