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I SÉRIE — NÚMERO 66

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O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra, de facto, estou de acordo consigo,

sobretudo com aquilo que disse em novembro de 2012: trata-se de um retrocesso inadmissível. «O corte dos

fundos é um retrocesso inadmissível» — foram estas as suas palavras e eu estou de acordo.

Digo-lhe mais, Sr.ª Ministra: Portugal perdeu, mais uma vez, neste tipo de negociações porque, também

mais uma vez, o Governo português deixou centrar o debate e a discussão na maior ou menor redução das

verbas do envelope nacional e não na perspetiva de quanto é que Portugal deveria receber mais para colocar

cobro às injustiças históricas que existem na distribuição nas verbas da PAC, nomeadamente no primeiro pilar,

onde somos, da Europa a 27, dos que menos recebem por agricultor, por exploração e por hectare.

Portanto, parece-me razoável dizer que, com este Governo, vamos ter o Programa de Desenvolvimento

Rural completamente congelado nos próximos sete anos, pelo menos.

Passando a outra questão, o Sr. Ministro Miguel Relvas diz com toda a clareza e convicção que quem

responde pela questão do amianto é a Sr.ª Ministra do Ambiente. No entanto, foi adiantando que o

cumprimento da lei, ou seja, o levantamento dos edifícios públicos cuja construção contém amianto, não está

feito porque não há dinheiro. Recusou-se, porém, a dizer quanto custa essa listagem.

Não vou formular aqui nenhum juízo de valor pelo facto de o Governo, quase dois anos depois de tomar

posse, ainda não ter repartido as responsabilidades entre os seus membros, mas gostaria de saber, Sr.ª

Ministra, se confirma que o levantamento dos edifícios públicos não foi ainda feito porque não há dinheiro e, se

assim é, quanto custa esse levantamento. É que acho difícil dizer que não há dinheiro quando não se sabe

quanto dinheiro está em causa.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Muito bem!

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Ministra para responder.

A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — Sr.ª

Presidente, Sr. Deputado José Luís Ferreira, como é evidente, tudo o que seja uma diminuição do orçamento

comunitário não agrada a Portugal, sendo beneficiário líquido desse mesmo orçamento comunitário. Parece-

me que isto é algo bastante fácil de entender e que, com certeza, põe de acordo toda a Câmara. Este é um

ponto.

Ponto diverso é o de saber se mandamos no dinheiro que os outros países contribuintes líquidos do

orçamento comunitário estão disponíveis para colocar nesse orçamento.

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Só descobriu isso agora!

O Sr. João Oliveira (PCP): — O que é que estão lá a fazer?

A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — Tenho de

dizer-lhe, Sr. Deputado, que o Governo português não pode mandar naquilo que os outros governos estão

disponíveis para colocar, ou não, no orçamento comunitário, estando também eles com dificuldades internas.

No que nos diz respeito, posso dizer-lhe que, na área da agricultura, a posição de Portugal melhora do

ponto de vista relativo, do ponto de vista daquilo que ganha quer no primeiro pilar quer no segundo pilar; a

nossa posição comparativa é melhor nos dois pilares. Posso dizer-lhe também, Sr. Deputado, que o nosso

valor a receber por hectare é substancialmente melhor no primeiro pilar.

O Sr. Deputado sabe bem que esta é uma matéria que nos tem ocupado muito, quer no que respeita à

convergência externa quer no que respeita à convergência interna, que é tanto ou mais importante que a

externa, e continuaremos a trabalhar para que haja um bom fecho dos regulamentos comunitários.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — E o amianto?