15 DE MARÇO DE 2013
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Há uma outra questão que também parece significativa: o que é que acontecerá quanto ao futuro bloco de
Rio de Moinhos? Estando os beneficiários do Roxo com a gestão do bloco de Aljustrel, quem ficará com essa
gestão?
Para terminar, Sr.ª Ministra, do ponto de vista da estrutura que é necessário criar para fazer a manutenção
do equipamento e a gestão das pessoas, como é que essa gestão vai ser feita? Ou seja, vai recorrer-se
essencialmente a empresas externas ou a EDIA vai criar algum tipo de estrutura?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Ministra para responder.
A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — Sr.ª
Presidente, Sr. Deputado Pedro do Ó Ramos, em relação às questões que colocou, é exatamente como disse.
O Governo tem, desde a primeira hora, um compromisso assumido quanto à conclusão do Alqueva, um
compromisso assumido com um realismo que faltava ao governo anterior e é um compromisso que, neste
momento, está a ser executado na prática, com variadíssimas obras já lançadas, cuja execução pode ser
iniciada e com a verba correspondente perfeitamente alocada.
Sem prejuízo de, em qualquer altura — e este é um ponto relevante —, havendo o entendimento conforme
por parte da União Europeia, podermos melhorar a fonte de financiamento destas obras, a verdade é que está
desde já assegurado que, por um lado ou pelo outro, o empreendimento continuará a ser financiado a bom
ritmo, ao ritmo que permite ir avançando com a obra e, mais do que isso, que permite ir mobilizando as terras
para que sejam efetivamente regadas e para que entrem em produção. Esta é a missão, neste momento, da
EDIA.
Em relação à questão que colocou especificamente sobre a gestão, concordamos convosco quando refere
que por tradição, por conhecimento, por competência, a associação de regantes é quem está mais próxima,
até de acordo com o princípio de subsidiariedade, para poder garantir uma gestão eficaz. Contudo, sentimos
que, neste momento, estamos com um barco a meio da travessia.
Neste momento temos muita obra feita e temos ainda uma parte muito relevante de rede secundária para
fazer. Do ponto de vista de valor de investimento é uma parte pequena, mas do ponto de vista de mobilização
das terras para a rega ainda é uma parte relevante. Por isso, entendemos que ter neste momento diferentes
modelos pode ser nefasto e, mais ainda, pode vir a colocar problemas grandes às associações de regantes,
porque estamos, e estaremos, na fase dos cinco anos de garantia das obras, em que o dono da obra, neste
caso a EDIA, está em melhores condições para poder garantir que a obra foi feita e para, no caso de haver
algum defeito, poder reclamar perante quem a realizou.
Este é um aspeto muito relevante e que foi determinante na opção de se entender que até 2020 — ou seja,
o prazo de conclusão de obra mais cinco anos de garantia — a gestão deve ser mantida de forma única na
EDIA. Posso dizer-lhe, Sr. Deputado, que para isso não há nenhuma contratação externa, nem de estruturas,
nem de serviços, nem de empresas.
A EDIA tem capacidade de poder responder a esta solicitação, para poder testar o equipamento e garantir
a equidade e a igualdade no preço da água, sendo Aljustrel um caso muito específico porque vem,
casualmente, receber a água de Alqueva. Mas, na verdade, é algo que está bem próximo de outras soluções
e, por essa razão, também entendemos que se justificava um modelo diferente, que vai ser concretizado muito
em breve.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Vamos dar início à segunda ronda de perguntas e respostas, para a qual estão
inscritos os Srs. Deputados Miguel Freitas, do PS, João Ramos, do PCP, Luís Fazenda, do BE, Altino Bessa,
do CDS-PP, e António Leitão Amaro, do PSD.
Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Freitas.