15 DE MARÇO DE 2013
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metade. E, no ano de 2013, contava com uma receita ainda superior, bastante maior do que esses 7 milhões
de euros.
Portanto, a pergunta vai de si: se isso era realmente para o financiamento de um conjunto de atividades
absolutamente imprescindíveis junto de várias entidades para a prossecução de um elevado nível de
fiscalização, de prevenção acerca da segurança alimentar, como é que a Sr.ª Ministra encaixa esta derrota
política e orçamental que teve com as grandes superfícies, com a grande distribuição, que lhe boicotou a taxa,
que lhe diz «não» à taxa e que a ameaça em tribunais? Afinal, o critério do diálogo social entre a grande
distribuição, os produtores e o Ministério não parece estar a dar grandes resultados, nem aqui na taxa de
segurança alimentar, nem naquilo que é a compressão das margens comerciais por parte da produção
agrícola face aos lucros abusivos das grandes superfícies, da distribuição, Sr.ª Ministra.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr.ª Ministra.
A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — Sr.ª
Presidente, Sr. Deputado Luís Fazenda, não fujo a nenhum tema. Aliás, tenho respondido a tudo, na medida
em que o tempo me tem permitido.
Em relação à lei das rendas, quero dizer-lhe apenas que não estava à espera de que fosse um caminho
fácil. Como é evidente, mexer em algo de que há tantos anos se fala, em que há tantos anos se quer mexer e
em que ninguém consegue mexer com efeitos visíveis, tem como resultado uma de duas: ou fica tudo na
mesma, ou dá muito que falar. A minha preocupação é garantir, com a colaboração do Parlamento, que temos
uma lei equilibrada e que, depois, essa lei equilibrada é efetivamente aplicada. É nisso que estou empenhada.
E estou empenhada em saber, com dados concretos, quais são, afinal, os resultados da execução desta lei. E
esses resultados, Sr. Deputado, do ponto de vista do rigor dos dados, ainda não os temos.
Relativamente à questão da segurança alimentar, esse é, como é evidente, um tema maior para nós e para
o Governo. A taxa de segurança alimentar foi criada e tem de ser paga. Aguardamos que haja a tal litigância
para podermos contestar. Até agora, ela ainda não ocorreu, ainda não deu entrada qualquer processo que
tenhamos de contestar, mas fá-lo-emos quando assim acontecer. Estamos em diálogo com a distribuição para
garantir que a taxa é paga. Posso dizer-lhe que, da minha parte, enquanto não tivermos essas verbas,
continuaremos a fazer aquilo que é essencial, no âmbito de uma gestão flexível que nos permitirá ao longo do
ano (obviamente tem limites) ir alocando verbas de outras áreas para aqui, até podermos, de facto, garantir a
composição destes montantes para podermos fazer face a estas despesas que são absolutamente
imprescindíveis.
Em relação às questões que referiu, usou a expressão «derrota» pela grande distribuição. Sr. Deputado,
não creio que tenha havido qualquer derrota quando aprovámos em Conselho de Ministros dois diplomas
legislativos muitíssimo relevantes e muitíssimo aplaudidos pela produção e quando estamos à espera que esta
Casa dê andamento a um deles, que é o diploma das práticas individuais restritivas de comércio, que está na
Comissão de Economia e que espero possa andar com mais rapidez do que aquela que tem sido imprimida
até agora (creio que o relatório ainda não foi produzido, ainda não foi aprovado). Pois, da nossa parte,
pedimos é ajuda a esta Câmara para que as coisas possam andar mais celeremente.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Luís Fazenda, tem a palavra.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra, o tom agastado com que puxou as orelhas à
maioria por não se despachar com uma proposta de lei, percebe-se que resulta do agastamento que tem com
a grande distribuição…
A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — O BE!