15 DE MARÇO DE 2013
25
Não falamos apenas de uma medida isolada e em concreto, mas de um conjunto de medidas que vão da
área legislativa à área da alavancagem de fundos financeiros que têm origem em fundos comunitários, como é
o caso do JESSICA — que no próximo quadro financeiro plurianual da reabilitação urbana terá um foco muito
relevante —, como é o caso dos fundos provenientes do BEI, que estão a ser redirecionados, e como é o caso
da fiscalidade a que o Sr. Deputado se referiu. De facto, temos um puzzle que se vai montando e que, creio,
dará muito bons resultados a médio e a longo prazo.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Guilherme Silva.
O Sr. Presidente: — Vamos dar início à terceira ronda de perguntas e respostas.
Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Jesus.
O Sr. Fernando Jesus (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, gostaria de abordar a questão relativa às
intempéries.
Como é sabido, a 19 e 20 de Janeiro deste ano, todo o País foi fustigado por intempéries. No dia seguinte,
a Sr.ª Ministra dirigiu-se a alguns locais, sobretudo no Norte, para ver, in loco, o que tinha acontecido e
prometeu que dentro de uma semana — foram declarações públicas suas — estaria em condições de
apresentar candidaturas a uma linha de apoio no âmbito do PRODER.
Essa linha de apoio demorou não uma semana mas cerca de 40 dias, o que é manifestamente muito tempo
para quem, como os agricultores, ficou aflito e com as suas culturas completamente destruídas, como, aliás, é
do seu conhecimento.
Só que a Sr.ª Ministra anunciou 15 milhões de euros de apoio nessa linha, quando o seu próprio Ministério
fez um levantamento de prejuízos no valor de cerca de 30 milhões de euros, pelo que apenas cerca de metade
do valor que o seu Ministério apurou pode ser, em princípio, contemplado por esta linha.
Em sede de Comissão, coloquei-lhe uma questão no sentido de saber quando é que a Sr.ª Ministra estava
a pensar falar com o seu colega da segurança social sobre o problema dos pagamentos à segurança social, a
exemplo do que aconteceu no ano passado, no período da seca, para tentar que os agricultores possam ver
suspensos os pagamentos à segurança social neste período de aflição que estão ainda a viver, uma vez que
só agora é que as candidaturas estão a arrancar, e sabe-se lá quando é que estarão aprovadas.
Portanto, pergunto-lhe, muito frontalmente, Sr.ª Ministra: falou com o seu colega da segurança social? A
que conclusões chegaram? Os agricultores podem contar com a suspensão destas contribuições para a
segurança social ou não?
É que não chegam sorrisos e simpatia. A Sr.ª Ministra certamente que não quererá deixar como única
marca do seu Ministério os sorrisos e a simpatia.
Diga-nos, Sr.ª Ministra, para quando poderemos contar com estas medidas eficazes no terreno.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Ministra da Agricultura, do
Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.
A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — Sr.
Presidente, Sr. Deputado Fernando Jesus, em relação às intempéries, gostaria de dizer-lhe que de facto a
ação foi muito rápida. Visitei o local no Norte numa segunda-feira e disse que a Direção Regional do Norte
estava a trabalhar intensamente para ter o levantamento dos prejuízos até ao final da semana, o que
aconteceu efetivamente.
Mas, Sr. Deputado, a questão é tão simples quanto esta: uma coisa é fazer os levantamentos, fazer o auto
de verificação no local, outra coisa é dar tempo para que o processo seja concluído em todo o País para
podermos fazer a aprovação do normativo legislativo de modo a que as candidaturas possam ter lugar.