I SÉRIE — NÚMERO 66
24
O Governo avançou ainda com a implementação do fundo JESSICA, que mobiliza mais de 330 milhões de
euros de recursos públicos e ainda mais investimento privado para a regeneração urbana. Além disso,
também reduzimos a taxa de IRS para as rendas prediais, incentivando por isso o investimento na reabilitação
urbana. O Governo também assegurou a disponibilização de uma linha de crédito do BEI (Banco Europeu de
Investimento) de, pelo menos, 250 milhões de euros, que permitirá ao IHRU lançar operações de reabilitação
urbana por todo o País.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Passaram 2 minutos e ainda não fez a pergunta!
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Tudo isto configura, Sr.ª Ministra, uma aposta alargada, coerente,
forte e decisiva na reabilitação urbana, pelo que o Governo, a Sr.ª Ministra e todos os seus colegas que têm
trabalhado nesta área estão de parabéns.
Mas o Governo não ficou por aqui, pois não, Sr.ª Ministra?
Gostaria que a Sr.ª Ministra nos falasse do compromisso assinado com a Confederação Portuguesa da
Construção e do Imobiliário, na passada sexta-feira, pelo Sr. Ministro da Economia e pela Sr.ª Ministra, em
nome do Governo, que é um compromisso que esta própria entidade considerou histórico e que é um
compromisso para a competitividade do sector da construção imobiliária, que prevê mais de 50 medidas para
a promoção da construção na vertente da reabilitação urbana, que aposta no imobiliário e no crescimento
económico.
Este pacote vai promover o emprego, salvar empresas, estimular a reabilitação das cidades, proteger o
ambiente e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Fale-nos, por favor, deste grande pacote, Sr.ª Ministra.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra para responder, Sr.ª Ministra.
A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — Sr.ª
Presidente, Sr. Deputado António Leitão Amaro, agradeço as questões que colocou.
Na verdade, por vezes há alguma dificuldade em entender-se quando a intervenção refere muitos pontos.
Em relação à reabilitação urbana, a intervenção do Governo tem sido absolutamente focada e
sistematizada. Não é por acaso que falamos de reabilitação urbana, não é por acaso que alteramos a lei da
reabilitação urbana, não é por acaso que a alteração à lei do arrendamento também tem como objetivo ajudar
à reabilitação dos centros da cidade e à promoção de melhores condições de vida nos centros das cidades,
jogando tudo isto com o conjunto de medidas que o Sr. Deputado referiu, e bem.
Posso sinalizar, relativamente ao esforço que foi feito pelo IHRU na negociação com o BEI das linhas de
crédito para poder alocar 50 milhões de euros para a reabilitação de prédios degradados destinados à
habitação social, que se está neste momento apenas a aguardar o visto prévio do Tribunal de Contas para se
poder dar plena execução a esse programa.
Para além disso, se quiser, como chapéu de todas estas intervenções, assinámos — o Ministério da
Economia e o Ministério do Ambiente — com todo o conjunto do sector um documento importante, que já está
parcialmente cumprido ou em fase de cumprimento e que tem a ambição de ter um conjunto integrado de
medidas que têm em vista ajudar um sector relevante da nossa economia que está a passar por momentos
muito difíceis e que vê na reabilitação urbana precisamente uma das âncoras, uma das possibilidades de
saída para este mesmo sector. Nesse documento há algumas referências a projetos em marcha também
conduzidos por este Ministério que são da maior relevância.
A lei de bases do ordenamento do território, solos e urbanismo, cujo modelo continuamos a afinar para
podermos enviar um bom documento para o Parlamento, sendo que estamos muito próximos do final, tem
como objetivo, mais uma vez, favorecer a reabilitação do que já existe em detrimento de construção nova.
Também aqui, como vem citado nesse documento, estamos a fazer a alteração ao Regime Jurídico da
Urbanização e Edificação (RJUE), em conformidade, para ajudar e facilitar todos os processos de edificação.