I SÉRIE — NÚMERO 66
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O que interessa — e essa foi a garantia dada e absolutamente cumprida — é que a partir do momento em
que é feito o levantamento no terreno, o agricultor está à vontade para poder fazer a sua reconstrução, e isso
assim se manteve.
Posso dizer-lhe que, no dia 1 de março, foi publicada a portaria e que nesse mesmo dia assinámos com
oito bancos — os mesmos que já tinham assinado connosco um protocolo em dezembro — um protocolo
específico para apoio aos projetos que viessem a ser aprovados no âmbito do PRODER para a reconstrução e
a reabilitação, nomeadamente das estufas que tinham sido prejudicadas, que consiste numa linha de crédito
que financia em condições mais favoráveis, com um período de carência e com um spread mais baixo, tendo
cada banco disponibilizado cerca de 15 milhões de euros para este objetivo muito em concreto.
Portanto, Sr. Deputado, não nos ficamos por palavras, ficamo-nos por ações.
Ainda em relação a esta matéria, o Sr. Deputado referiu os 15 milhões de euros como estando na portaria.
São valores indicativos, são valores que têm em conta aquilo que é o histórico nesta matéria. O histórico diz-
nos que nem tudo o que é levantado é depois efetivamente candidatado nos projetos que são feitos. Além do
mais, estamos a falar de um apoio de 75%, daí também a justificação deste diferencial. De toda a maneira, é
um valor indicativo, como, aliás, resulta dessa mesma portaria, podendo vir a ser reforçado no caso de se
verificar essa necessidade.
No que se refere à questão da segurança social, estamos ainda a ver com a segurança social se isso é
possível ou não. No ano passado, como sabe, essa foi uma medida absolutamente excecional. Enfim,
estamos a ver com eles se é possível agilizar uma medida do mesmo tipo, sendo certo que, de excecional em
excecional, a dada altura, podem criar-se problemas ao próprio sistema. Seja como for, ainda não demos essa
matéria como fechada.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma curtíssima pergunta, dado o pouco tempo de que dispõe,
tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Sá.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, o Governo prepara-se para privatizar os serviços de
águas e resíduos, entregando-os à gula dos grandes grupos económicos nacionais e estrangeiros que operam
no setor.
Ao longo dos últimos 20 anos, desde 1993, sucessivos Governos do PS, do PSD e do CDS foram abrindo
gradualmente a porta aos privados. O Governo pretende agora concluir este processo, entregando aos
privados aquilo que é de todos nós.
Sabemos, por experiência noutros sectores de atividade e noutros países, que da privatização resultará um
aumento de preços e a degradação da qualidade do serviço, prejudicando as populações. Mas o Governo não
se importa. A ânsia de bem servir os grandes grupos económicos é tão grande que o Governo não se importa
de prejudicar as populações.
A questão que quero colocar, Sr.ª Ministra, é a seguinte: com a privatização dos serviços de água e
resíduos, quanto é que os portugueses vão pagar a mais pela sua fatura da água?
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra a Sra. Ministra da Agricultura, do
Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.
A Sra. Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — Sr.
Presidente, Sr. Deputado Paulo Sá, compreendo o seu léxico, embora tenha de sinalizar a imprecisão com
que o utiliza.
Queria dizer que está muito claro no Programa do Governo que o que se fará para os resíduos é diferente
do que o que se fará para as águas e, portanto, agradecia que essa diferença fosse reconhecida.
Em relação aos resíduos, o Governo tem a intenção de vender a EGF; em relação às águas, tem a
intenção de reestruturar o setor, diminuir o número de empresas multimunicipais, dando-lhes escala,