I SÉRIE — NÚMERO 66
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Já tinham sido aprovados anteriormente dois projetos e sabemos que foram recentemente aprovados mais
cinco. É também de salientar que estes projetos são requeridos pelos países destinatários e que a sua fonte
de financiamento é o Fundo Português de Carbono, onde existem verbas especificamente alocadas a estes
projetos.
Pode a Sr.ª Ministra fazer-nos o ponto de situação desta iniciativa?
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Ministra da Agricultura, do
Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.
A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — Sr.
Presidente, Sr.ª Deputada Margarida Neto, de facto, na viagem a Moçambique houve várias componentes —
houve uma componente agroalimentar muito forte, mas também uma componente de ambiente
particularmente forte. Foi possível fechar um protocolo com o Ministério do Ambiente de Moçambique, que visa
essencialmente prestar ajuda à capacitação local das instituições, à formação de técnicos em vários domínios,
nomeadamente no da avaliação do impacte ambiental e noutros, como no dos recursos hídricos. Mas também
foi possível levar a boa notícia da assinatura, por parte de membros do Governo português — da minha parte,
da parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da parte do Ministério das Finanças —, de mais cinco
projetos de apoio ao desenvolvimento no âmbito dos projetos Fast Start.
Estes projetos obrigam-nos no quadro no Protocolo de Quioto, são projetos de apoio a um desenvolvimento
de baixo carbono, a um desenvolvimento verde. Já tínhamos dois projetos em execução: um em Angola,
relativo à biomassa florestal, integrado no plano nacional energético para a biomassa florestal; outro em
Moçambique, onde tínhamos o sistema de instalação fotovoltaica em 50 vilas, das quais 12 já têm lâmpadas
de energia solar.
Foi possível levar mais cinco projetos cuja execução está agora em condições de ser iniciada.
Três desses projetos destinam-se exclusivamente a Moçambique: o atlas das energias renováveis, a
implementação de projetos-piloto de programas de adaptação local para aumentar a resiliência de uma série
de localidades aos impactos das alterações climáticas e, também, o plano nacional de apoio ao saneamento
urbano na perspetiva de redução de emissões e de adaptação às alterações climáticas.
Depois, há mais dois projetos que envolvem vários países do âmbito da CPLP. Um deles tem a ver com a
capacitação para o desenvolvimento estratégico de baixo carbono, resilientes, e envolve Cabo Verde, São
Tomé e Príncipe e Moçambique; o outro, que também envolve Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e
Moçambique, diz respeito à integração da adaptação às alterações climáticas nas estratégias de
desenvolvimento.
Portanto, há a preocupação de apoiar o desenho de políticas e de projetos através de competências no
domínio de projetos resilientes e adaptados às alterações climáticas.
Estamos a falar de projetos que representam uma globalidade de 14 milhões de euros, têm relevância e,
além do mais, correspondem ao cumprimento das nossas obrigações internacionais nesta matéria.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para formular uma pergunta, tem palavra a Sr.ª Deputada Lídia
Bulcão.
A Sr.ª Lídia Bulcão (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, o mar está finalmente no centro das
preocupações dos decisores políticos em Portugal, embora não pareça pela total ausência do tema neste
debate.
A Estratégia Nacional para o Mar 2013-2020, que o Governo tem em fase de consulta pública, é um
documento fundamental para que se afirme a grande riqueza que o País tem no seu mar e precisa de
multiplicar.