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15 DE MARÇO DE 2013

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permitindo temperar os preços da água no litoral e no interior, dando-lhes sustentabilidade económica e

financeira e mais equidade social e, depois, caminhar para processos de verticalização no sentido de poder

haver espaço para concessões nesta mesma área.

Sr. Deputado Paulo Sá, queria dizer-lhe que o Governo tem apenas uma ânsia nesta matéria: a ânsia de

resolver estruturalmente problemas que já têm muito tempo, que se vão avolumando, que penalizam muito o

setor das águas e que penalizarão muito, a breve trecho, se nada for feito, o bolso dos contribuintes.

Tenho dito várias vezes, mas o Partido Comunista Português parece não querer entender, que estamos a

falar de um setor que tem uma dívida de cerca de 3000 milhões de euros, um setor que custa muito a pagar

por ano; estamos a falar de um setor em que esta dívida, quando comparada com as suas congéneres, é três

vezes superior ao normal; estamos a falar de um setor que muito fez do ponto de vista de esforço de

investimento para garantir água de qualidade a todo o País e para progredir muito nas metas de saneamento,

mas que ainda tem bastante para fazer, nomeadamente na área do saneamento — estamos a falar de

investimentos pesados para os quais é necessário dinheiro.

Por estas razões, e também por aquelas que têm a ver com a equidade no tratamento de todos os

portugueses, pela garantia de que as pessoas poderão pagar o mesmo preço ou um preço sensivelmente

igual pela água em todo o País…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Conversa fiada!

A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — E veremos se

a conversa é fiada, ou não, quando olharmos para os preços que o Alentejo pagará ou não pagará se ficar

integrado no sistema do Algarve. Quero ver como é que o Partido Comunista Português se posiciona quando

tiver de assumir que o preço da água é mais caro ficando o Alentejo fora destas fusões.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Não é verdade!

A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — É verdade, Sr.

Deputado.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Isso é chantagem!

A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — Além do mais,

é preciso estancar uma prática enraizada de geração de dívidas dos municípios aos sistemas que, neste

momento, estão acima de 500 milhões de euros.

Meus senhores, mais cedo ou mais tarde, se nada se fizer, isto vai ao bolso dos contribuintes, e não

queremos que isso venha a acontecer.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para formular uma pergunta, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Margarida Neto.

A Sr.ª Margarida Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, na recente deslocação oficial a

Moçambique, no âmbito do Fórum Agroalimentar, a Sr.ª Ministra aproveitou para anunciar o apoio aos Países

de Língua Oficial Portuguesa de projetos concretos com vista ao combate às alterações climáticas. Refiro-me

à iniciativa Fast Start, em que Portugal assumiu, em Conselho Europeu, uma contribuição no período de 2010

a 2012, com o objetivo de apoiar países em desenvolvimento em matéria de alterações climáticas.

Este contributo deverá ser considerado como um instrumento de política de cooperação para o

desenvolvimento, com especial enfoque nos países parceiros da cooperação portuguesa e direcionado para

ações relacionadas com alterações climáticas. Neste sentido, os países destinatários preferenciais para a

cooperação nacional nesta área são os países africanos de expressão portuguesa e Timor-Leste.