I SÉRIE — NÚMERO 66
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O Sr. Luís Fazenda (BE): — … e das derrotas políticas que vai somando nessa área.
Cá estaremos para debater essa proposta de lei e outras. Mas a verdade é a verdade e a circunstância da
compressão das margens comerciais da produção mantém-se e aprofunda-se, não se tem alterado.
Sr.ª Ministra, aprovou-se na Comissão de Agricultura e Mar a sua vinda próxima, espero que com tempo e
detalhe, para envolver o Parlamento naquilo que é uma solução que a Sr.ª Ministra tem anunciado acerca da
Casa do Douro. O problema do Ministério das Finanças pode ser visto de duas óticas: por um lado, e
normalmente, com uma expectativa, quase sebástica; por outro lado, pensar que uma boa ideia pode estar no
«corredor da morte». E o apelo do Parlamento é que venha cá discutir as soluções técnicas, as propostas para
salvar a Casa do Douro, porque a situação é, há muito, absolutamente insustentável e não poderá redundar
numa perda universal, numa perda para todos os envolvidos (para a região, para os perfis da economia, para
tudo).
Portanto, nós instamos, independentemente das maiorias, da oposição, de tudo isso, a que haja um
trabalho em colaboração e que nós possamos desenvolver uma proposta e uma iniciativa neste campo.
Em segundo lugar, quero também perguntar à Sr.ª Ministra, face àquilo que foi o resultado mais diminuído
do que seria legítimo esperar das verbas que ficarão no Quadro Financeiro Plurianual (vamos ver agora a
sequência no Parlamento Europeu, porque, como sabe, a proposta que veio do Conselho foi já «chumbada»)
e em relação àquilo que estava contido no documento que foi aprovado no Conselho para o desenvolvimento
rural, se as verbas permitem desenvolver o projeto de que a Sr.ª Ministra vinha falando acerca do seguro
agrícola.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr.ª Ministra.
A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — Sr.ª
Presidente, Sr. Deputado Luís Fazenda, a minha referência ao diploma que está no Parlamento, isto é, à
proposta de lei relativa às práticas individuais restritivas de comércio, foi apenas para lembrar que creio ser
incumbência de Os Verdes a elaboração do relatório necessário à aprovação e ao prosseguimento do
processo legislativo.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Não é preciso relatório sequer para andar!
A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — Não havia
aqui qualquer outra intenção que o Sr. Deputado quisesse eventualmente descortinar.
Em relação à Casa do Douro, folgo em saber da disponibilidade do Parlamento — aliás, já manifestada
pelo Sr. Deputado — e, tão cedo quanto possível, dará entrada no Parlamento uma proposta de lei nessa
matéria, sem prejuízo de podermos debater as várias soluções.
Em relação ao Quadro Financeiro Plurianual, as verbas permitem-no. E quando falamos em seguros,
estamos a falar essencialmente de verbas do primeiro pilar, da organização comum de mercado. Portanto, não
estamos a falar de desenvolvimento rural, de verbas do segundo pilar, mas sim do primeiro pilar, onde será
possível acomodar este tipo de possibilidades. Como é sabido, isso já acontece, já foi feita essa transformação
em relação ao vinho e às frutas e hortícolas e com a reforma da PAC será possível fazê-lo em relação à
generalidade dos produtos.
Essa é uma matéria que, naturalmente, nos vai ocupar e que terá de ser bem avaliada do ponto de vista da
fonte de financiamento, mas com certeza procuraremos ter um modelo não só mais eficaz para os agricultores
mas também menos penoso para o Estado, que, como sabe, vai acumulando dívidas que continua a pagar
penosamente às seguradoras.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do CDS-PP, do Sr. Deputado Altino Bessa.
Tem a palavra, Sr. Deputado.