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6 DE ABRIL DE 2013

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O Sr. Primeiro-Ministro está a mais nessa bancada. Este Governo está a mais no País! Sr. Primeiro-

Ministro, não obrigue o País a sofrer mais, demita-se o mais depressa possível!

Aplausos do BE.

Protestos do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, nada mais tenho a acrescentar ao Sr. Deputado João

Semedo.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado João Semedo, como ainda dispõe de tempo, faça favor.

O Sr. João Semedo (BE): — Sr.ª Presidente, já se percebeu que a bancada do PSD só recupera a força

anímica quando o Bloco de Esquerda intervém neste Parlamento.

Aplausos do BE.

Protestos do PSD.

Sr. Primeiro-Ministro, dado que ainda dispõe de tempo para responder, quero fazer-lhe uma outra pergunta.

Pergunto-lhe muito diretamente o seguinte: o senhor que, nos últimos tempos, tem andado a semear

pretextos, justificações, álibis para um segundo resgate, o senhor que acusa a oposição de instabilidade e

pretende que a instabilidade é a razão que, no futuro, explicará um segundo resgate, o senhor que fala em

Chipre, em Itália, na crise europeia, na instabilidade dos mercados, como pretextos para um segundo resgate,

o senhor que acusa a oposição de pretender conduzir o País a um segundo resgate, está ou não a preparar

um segundo resgate?

É que, Sr. Primeiro-Ministro, basta fazer as contas: nos próximos oito anos, os compromissos do Estado

português relativamente à dívida são 125 000 milhões de euros, dos quais 75 000 milhões de euros para

credores privados. Continuando a sua política, não há financiamento possível para esta dívida, que não seja

um novo resgate. E, pelas suas contas — já as deve ter feito —, sabe tão bem como eu que não basta

prolongar as maturidades. Mesmo que tenha carência no período de pagamento dos juros, fazendo as contas

— e já as fez com certeza —, o senhor sabe perfeitamente que a sua política condena o País a um segundo

resgate.

Portanto, não arranje álibis e responda claramente à questão: está ou não a negociar um segundo resgate?

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado João Semedo, percebo-o: o senhor não interveio

na discussão da moção de censura…

Vozes do BE: — Não interveio?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … e, portanto, sente que precisaria de me colocar diretamente a questão que

não colocou nessa altura.

O Sr. João Semedo (BE): — Isso já não é falta de força anímica, é falta de memória!