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11 DE ABRIL DE 2013

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Por isso, Pacheco Pereira, ex-líder parlamentar do PSD, proferiu o seguinte: «Este Governo está a tornar-

se vingativo sobre as pessoas. O mais grave é a atuação concertada entre o Governo e a troica no sentido de

criar uma pressão sobre os portugueses». E acrescentou: «O que se está a passar é um jogo muito perigoso

entre Passos Coelho, Gaspar, a troica, o Ministro das Finanças alemão e Durão Barroso, utilizando a pressão

externa. Este despacho destina-se a utilizar uma linha de chantagem sobre os portugueses para que aceitem

o programa de cortes que aí vem e que é o novo pacote de austeridade».

Finalmente, o ex-líder parlamentar do PSD afirmou: «Nesta matéria, o Governo está a funcionar contra os

interesses nacionais. O conjunto destas coisas justificava a demissão do Governo».

Estamos de acordo!

Aplausos do PS.

Entretanto, assumiu a presidência a Vice-Presidente Teresa Caeiro.

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, a Mesa regista três pedidos de esclarecimentos ao orador.

Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado, do PCP.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado José Junqueiro, queríamos colocar, como

questão fundamental, a condenação e o nosso lamento relativamente aos ataques e ao desrespeito

manifestado pela maioria PSD/CDS-PP — o CDS muito silenciosamente, mas com igual desrespeito — em

relação ao Tribunal Constitucional e à decisão do Tribunal Constitucional.

Consideramos lamentável esta vitimização relativamente a uma decisão legítima do Tribunal

Constitucional, tal como consideramos inaceitável o ato de retaliação, de vingança do Ministro das Finanças

em relação ao Tribunal Constitucional. Tal significa o abalar de um dos pilares fundamentais da democracia

portuguesa, que é a separação dos poderes, o que nos deixa, claramente, numa posição muito distante do

PSD e do CDS-PP.

Pergunto-lhe, ainda: as bancadas do PSD e do CDS-PP foram ou não avisadas, em plena discussão do

Orçamento do Estado,…

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exatamente! Bem lembrado!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — … em sede de especialidade, de que estas normas eram

inconstitucionais?

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Não foram lançados sucessivos alertas dizendo que estas normas eram

inconstitucionais? Qual foi o comportamento das bancadas do PSD e do CDS-PP? Não ligaram nenhuma aos

alertas!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — O Tribunal Constitucional deu-nos razão. Portanto, de quem é a culpa

desta decisão de declaração de inconstitucionalidade do segundo Orçamento do Estado consecutivo: a culpa

é do Governo ou é do Tribunal Constitucional?

Neste ponto, permito-me fazer uma espécie de analogia: seria o mesmo que um ladrão, assaltando uma

loja e sendo apanhado em flagrante delito, viesse queixar-se e dizer: «Eu assaltei, eu roubei, mas a lei não é

justa, o tribunal não está a ser correto». Pode o ladrão invocar um estado de necessidade ou uns

compromissos internacionais? Não pode! Portanto, a lei é para se cumprir, e não o seu contrário.

Também queríamos deixar uma segunda ordem de questões.