31 DE MAIO DE 2013
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A Sr.ª Conceição Bessa Ruão (PSD): — Claro que não nos conforta a dificuldade que alguns portugueses
têm hoje no acesso aos medicamentos. Mas não é pelo facto de eles estarem mais caros, é porque outras
medidas e outras dificuldades estão associadas ao seu estado de vida.
Não é verdade que, hoje, o preço dos medicamentos, designadamente com o aumento dos genéricos, não
permita um melhor acesso para a generalidade dos portugueses.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Esta sua intervenção vai para o YouTube! Esta sua intervenção vai custar-
lhe muito caro!
A Sr.ª Conceição Bessa Ruão (PSD): — E refiro-o sem deixar de considerar e muito valorizar aqueles (a
quem quero deixar a minha solidariedade) que têm grandes dificuldades no acesso a algumas das suas
compras.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sr.ª Deputada, queria referir uma outra questão. Acredito que a vida ainda não tenha tido tempo de lhe dar
a noção da privação de quase tudo, para considerar que a dispensa de medicamentos, ainda que parcial, não
seja um serviço prestado, apesar de todas as dificuldades financeiras, de gestão e económicas que, quer as
unidades hospitalares quer aqueles que têm que fazer essa gestão, enfrentam nos tempos que correm.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Conceição Bessa Ruão (PSD): — Também quero dizer que estranho, apesar de ser uma posição
que vem sendo assumida há algum tempo, a preocupação do PCP com a Associação Nacional das
Farmácias. A defesa do setor privado chegou ao PCP!…
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Não, não!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Tenha vergonha!
A Sr.ª Conceição Bessa Ruão (PSD): — Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, queria cumprimentá-la e
agradecer as questões que me colocou.
Queria deixar dito o seguinte: é reconhecido o esforço que, neste momento, está a ser feito por este
Governo e por este Ministro, quer no combate ao desperdício, quer na implementação de medidas de gestão
absolutamente rigorosas, quer na implementação de um controlo interno que permita tornar estanques os
diferentes momentos — de decisão, de encomenda, de pagamentos —, para que se possa combater a fraude.
No combate ao desperdício, também não podemos ignorar a interação entre serviços, a programação para
a disponibilização de medicamentos, designadamente no setor oncológico, em que cada unidade chega a
custar 10 000 € — até agora, uma unidade era disponibilizada com 5 ml, eram utilizados 2 ml e os restantes 3
ml «iam pela sanita abaixo»!
Meus senhores, isto acabou! Eram gastos 10 000 € em cada utilização!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A planificação exige recursos, exige planeamento.
Sr.ª Deputada, muito obrigada pelas suas questões e, neste momento, penso que também tenho de deixar
um obrigado a todos os que estão a lutar para que o Serviço Nacional de Saúde possa ser mais sustentável.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.