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I SÉRIE — NÚMERO 99

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O Sr. Secretário de Estado fala da dimensão do crédito. A dimensão, de facto, é grande, mas dimensão

não é a mesma coisa que impacto. Neste momento, qual é o principal problema das empresas, para além da

falta de procura interna e externa que as suas políticas agravam? Não é a baixa rentabilidade dos

investimentos, é a ausência de rentabilidade, é a rentabilidade negativa.

Gostava que o Sr. Secretário de Estado nos explicasse como é que um crédito que subsidia rentabilidade

pode transformar uma rentabilidade negativa numa positiva. Vou dar-lhe uma notícia: não é possível, Sr.

Secretário de Estado. Não dá!

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. João Galamba (PS): — Portanto, o Sr. Secretário de Estado prepara-se para subsidiar investimentos

que não existem, os empresários dizem, nos inquéritos que envolvem milhares de empresários, que não os

farão, os dados revelam que esta situação está a degradar-se e o senhor chega aqui ufano e anuncia o

momento de viragem!

Sr. Secretário de Estado, o seu Governo anda a anunciar momentos de viragem desde o final de 2011! Isto

não tem qualquer credibilidade e não é sério. Portanto, se o Sr. Secretário de Estado quer de facto criar algum

investimento e emprego tem de abandonar toda a política orçamental deste Governo, inverte-la radicalmente

e, aí sim, este crédito fiscal talvez pudesse ter algum efeito. No contexto atual não terá nenhum, é brincar com

as pessoas, é brincar com os empresários, é brincar com os trabalhadores, é brincar com os desempregados,

é brincar com os portugueses. E este Governo já tem dado mostras abundantes de não saber fazer outra coisa

senão gozar na cara dos portugueses, destruir-lhes o presente e a hipótese de qualquer futuro.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral,

do CDS-PP.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: Há

já muito tempo não ouvia aqui uma intervenção com uma arrogância ao estilo bloquista, mas é sempre tempo

de ouvir… E vinda de alguém com tantas certezas e com tanta ciência!… Só é pena que não tenha utilizado

esse crédito fiscal em momentos em que era Governo, em que havia crescimento económico e em que isto

era eficaz.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

V. Ex.ª onde é que estava, afinal de contas? Onde é que estava sentado? Eu bem me lembro onde é que

V. Ex.ª estava sentado! Às vezes, brincar com os portugueses tem limites.

Sr. Secretário de Estado, o CDS sempre defendeu, e continua a defender, que não há nenhuma

contradição entre consolidação orçamental e crescimento económico — uma depende da outra.

O Sr. João Galamba (PS): — Pode defender! Não tem é pés nem cabeça!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sempre dissemos que é tão importante o pilar da consolidação

orçamental como o pilar do crescimento económico.

Vejo que a esquerda, hoje, só encontrou duas palavras, propaganda e ilusão, e, a custo, lá foi encontrando

críticas a algo que já reconheceu que é, de facto, uma boa notícia.

Porquê agora? Porque nunca houve outra. Podíamos até comparar, podíamos criticar que esta é pior que a

outra, mas não há comparação porque nunca houve nenhuma medida deste género. E agora existe confiança

junto dos credores, agora, depois de termos cumprido, com sacrifício dos portugueses, das empresas, dos

trabalhadores, foi possível ganhar confiança externa e confiança dos credores. É agora, de facto, o momento

de continuar uma reforma útil, depois de termos feito outras.